Governo de Criciúma apresenta projeto da Cidade do Autista para a comunidade
Evento aconteceu durante as comemorações do centenário de emancipação político-administrativa do município, nesta terça
Com o objetivo de aprimorar o desenvolvimento educacional de crianças com diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA), o Governo de Criciúma apresentou, nesta terça-feira (4), o projeto arquitetônico da Cidade do Autista. A estrutura será implementada no terreno do antigo Alvorada Clube, no bairro Pinheirinho, ocupando uma área total de 7.417,50 metros quadrados. O evento integrou a extensa programação para celebrar a data que marca o centenário de emancipação político-administrativa do município.
O ato também contou com a assinatura da autorização para o início do processo licitatório para contratação de empresa especializada responsável pela execução da obra. Além disso, foram homenageados com medalhas exclusivas do centenário os ex-presidentes do Alvorada Clube ou seus representantes, bem como outras personalidades que compõem a história do município.
“A Cidade do Autista é uma obra projetada para as crianças atípicas, visando oferecer um espaço de estimulação, mas, sobretudo, de acolhimento, compreensão e respeito. Cada detalhe está sendo pensado para garantir que esse público tenha a oportunidade de desenvolver suas potencialidades integralmente. Esse é um compromisso que vai muito além da gestão, é um compromisso com o futuro de Criciúma”, ressaltou o prefeito de Criciúma, Vagner Espindola.
Inicialmente, a Cidade do Autista atenderá crianças de até 12 anos de idade com diagnóstico de TEA, matriculadas nas escolas da rede municipal de ensino de Criciúma. O atendimento multiprofissional será ofertado no contraturno escolar, contemplando ações integradas de apoio pedagógico, psicológico e fonoaudiológico, bem como atividades voltadas ao desenvolvimento psicomotor e socioemocional dos estudantes. Atualmente, a rede municipal possui 815 crianças com espectro autista, distribuídas em 62 instituições de ensino.
A secretária de Educação de Criciúma, Geovana Benedet Zanette, destacou que o projeto da Cidade do Autista reforça o compromisso com o cuidado e a inclusão de estudantes com TEA na rede pública. “Esse espaço foi pensado para garantir que cada criança tenha a oportunidade de aprender e se desenvolver de acordo com suas potencialidades. É um projeto que une educação, acolhimento e afeto. A inclusão é um trabalho que se constrói todos os dias, e essa iniciativa será um símbolo dessa caminhada”, afirmou Geovana.
Além do atendimento educacional especializado, a iniciativa contemplará o acolhimento e orientação destinado às chamadas famílias atípicas, promovendo ações de capacitação e apoio emocional, assim como espaços para a formação de profissionais da rede municipal. O espaço também abrigará serviços da área de saúde, fortalecendo o diagnóstico precoce e o acompanhamento contínuo de pacientes neurodivergentes. A proposta é concentrar, futuramente, uma equipe multiprofissional exclusiva para o atendimento de pessoas com TEA.
Para o secretário de Saúde de Criciúma, Deivid de Freitas Floriano, o objetivo é oferecer, em um único local, um cuidado humanizado e integral às crianças com TEA. “A iniciativa vai permitir que o cuidado com as crianças com espectro autista seja feito de forma integral, com acompanhamento contínuo e especializado. Teremos um espaço preparado para oferecer o processo de reabilitação, com profissionais de diferentes áreas atuando em conjunto. É um investimento em saúde pública, mas também em qualidade de vida e inclusão”, completou o secretário.
Projeto arquitetônico
O projeto arquitetônico prevê uma estrutura ampla e moderna, com 2.087,93 metros quadrados, dividida em três pavimentos, com ambientes voltados ao atendimento educacional, terapêutico e familiar. O subsolo será destinado a ambientes de estimulação corporal e funcional, com espaço de psicomotricidade, brinquedoteca terapêutica, sala de terapia ocupacional e de fisioterapia, planejadas para favorecer o desenvolvimento motor, a integração sensorial e a autonomia nas atividades da vida diária. Contará também com cozinha e refeitório acessível, estruturados para o trabalho de hábitos alimentares e a seletividade alimentar.
No térreo, estarão a recepção, secretaria, salas de direção e coordenação pedagógica, salas de atendimento educacional especializado, consultório médico, atendimento psicológico, fonoaudiológico e psicopedagógico, atendimento nutricional e social. Os ambientes serão organizados de forma integrada, permitindo ações interdisciplinares centradas no perfil e nas necessidades individuais de cada criança.
O pavimento superior abrigará o auditório multifuncional, com capacidade para 225 pessoas, destinado a formações, oficinas e encontros familiares, além das salas de arteterapia, musicoterapia, treinamento e orientação familiar, sala sensorial e sala de descompressão.
O projeto inclui ainda uma série de espaços externos planejados para atividades terapêuticas, esportivas e de lazer. Entre eles, estão o Jardim Sensorial e a Mini Cidade; uma quadra esportiva; uma piscina coberta e vestiários; rampa com arquibancada; e um estábulo. Esses ambientes serão utilizados em atividades como equoterapia, natação terapêutica, jogos, esportes adaptados e oficinas de socialização, fortalecendo o vínculo entre aprendizado, movimento e inclusão.
Referências para a elaboração do projeto
O projeto será executado de acordo com as demandas do município, inspirando-se no modelo de atendimento de duas instituições catarinenses: o Complexo Neurossensorial Casa do Autista, de Balneário Camboriú, e o Centro de Atendimento à Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, de Itapema. Também serviram como modelo o Centro de Atendimento ao Autista de Pelotas (RS) e o Centro de Ensino Estruturado para o Tratamento do Espectro Autista de Curitiba (PR).
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