A Saúde é uma das principais prioridades dentro de uma gestão pública e diante de uma pandemia, os desafios se tornam ainda maiores. Em Maracajá, o Departamento Municipal de Saúde, que já possui uma demanda grande de atendimentos, viu aumentar ainda mais este índice com a pandemia.
Pensando em manter a qualidade dos serviços oferecidos à população, a Administração encaminhou para o Legislativo o projeto de Lei nº 012, de 4 de maio de 2021, que cria quatro vagas temporárias para cargos na Saúde de Maracajá, para o enfrentamento ao coronavírus. A votação aconteceu na sessão de terça-feira, dia 11, onde quatro vereadores votaram contra e cinco pela aprovação. “Nós enquanto gestores ficamos surpresos em ver que mesmo diante de uma pandemia, quatro deles votaram contra o projeto, que tem como objetivo implementar e melhorar os serviços do Departamento de Saúde”, disse o prefeito Anibal Brambila.
Para os cinco vereadores que votaram favorável ao projeto, o prefeito disse estar agradecido. “Como prefeito e como cidadão agradeço aos cinco vereadores que aprovaram o projeto, pois viram que não se trata de cargos políticos, mas sim de cargos necessários para ampliar e melhorar ainda mais a Saúde do município. A população pode ficar tranquila, pois as pessoas que vão assumir estes cargos, serão pessoas qualificadas, assim como todos aqueles que fazem parte da nossa gestão”, enfatizou Brambila.
Votação
Os vereadores favoráveis ao projeto foram: Alex Cichella (PSD), Luiz Carlos Rocha (PSL), Rodrigo Xavier da Silva (PDT), Valmir Manoel Martins (PP) e o presidente Matias José Matias (PDT). Já os vereadores que foram contrários ao projeto da saúde foram: João Antônio da Rocha (PSDB), e os vereadores do MDB Rosilane Dassoler da Silva Valério, Valmir Carradore e Cristiano Trevisol Rocha.
O voto do presidente foi decisivo, e serviu para o desempate na aprovação do projeto. “Durante a eleição a maior queixa da população era a Saúde, então não posso ir contra”, afirmou Matias, frisando que cabe aos vereadores fiscalizar e a prefeitura administrar.
Importância do Projeto
Segundo a diretora de Saúde, Michele Constantino Gonçalves, o projeto será importante, pois os dados do Ministério da Saúde mostram que mesmo após a cura da Covid-19, cerca de 40% dos doentes continuam com algum tipo de sintoma ou desenvolvem novos problemas ligados à doença, depois que deixam as UTIs ou enfermarias. “Com isso, existe a necessidade de ampliar os atendimentos de fisioterapia através da oferta de tratamento de Assistência Fisioterapêutica Cardiovascular e Pneumofuncional, visando a reabilitação pulmonar, devido às sequelas deixadas pelo vírus”, afirma.
Para a diretora, a contratação de um Chefe de Divisão de Saúde, será importante para que haja uma supervisão direta na recepção, de forma organizada e planejada para melhorar os atendimentos aos pacientes.
“Outro profissional importante que vamos contratar, é um Coordenador para o Programa Remédio em Casa, para que os medicamentos sejam entregues na residência do paciente, pois muitos fazem o uso de medicamentos de uso permanente, dos quais são pertencentes a grupos de risco, e assim evitaria o deslocamento e aglomeração de pessoas nas unidades de atendimento em época de pandemia”, relata Michele.
O projeto também prevê a contratação de um Coordenador de Tratamento Fora do Domicílio (TFD), devido à necessidade de ampliação dos atendimentos junto ao Departamento de Saúde, e visando o incremento do teto do Piso da Atenção Básica (PAB) e dos Serviços de Média e Alta Complexidade (MAC), para fomentar a captação de recursos para saúde junto ao governo estadual e federal. “Esse profissional vai ajudar a aprimorar o Programa de Tratamento Fora do Domicílio, ofertando um serviço mais rápido e eficaz”, explica. Conforme Michele, a saúde sempre deve estar em primeiro lugar, e é dessa forma que a Administração tem trabalhado. “Há muitos anos ouvimos as pessoas comentarem que a Saúde precisa melhorar, e é dessa forma que vamos conseguir atingir este objetivo, oferecendo um serviço de qualidade e com agilidade no atendimento”, conclui.
Primeira-dama comemora aprovação, mas disse estar triste com vereadores
A primeira-dama Claudete Brambila – a Dete, que acompanhou a sessão no legislativo, comemorou a aprovação do projeto, mas afirmou ter ficado triste com dois, dos quatro vereadores contrários.
“Fiquei triste com a vereadora Rosilane Dassoler, principalmente por ela trabalhar na área da saúde e saber que precisamos promover mais qualidade no atendimento das pessoas”, explicou.
Outro vereador que Dete disse estar triste foi o vereador Valmir Carradore, no qual já formaram chapa para concorrer a prefeitura de Maracajá em 2016. “Quando eu fui candidata a vice-prefeita na chapa onde Valmir era o candidato a prefeito, falávamos muito sobre a intenção de promover a entrega de medicamentos na casa das pessoas. E recordei isso com ele na sessão, por isso fiquei decepcionada”, relatou a primeira-dama.
Segundo ela, muitas pessoas, principalmente os idosos não tem como se deslocar até a unidade de saúde para buscar os medicamentos e dependem de filhos ou amigos . “Algumas pessoas ficam preocupadas no período da retirada do medicamento, e uma semana antes já ficam ligando ou vão ao Cemasas, saber sobre a data para receber os medicamentos,” lembra.
Conforme Dete, a distribuição de medicamentos nas casas das pessoas que usam medicamentos contínuos, vai contribuir muito para a qualidade no atendimento, além de dar mais segurança e economia para a pessoa que não vai mais precisar se deslocar até o Cemasas.