Nova onda de envenenamento de cães preocupa moradores do bairro Quarta Linha
Cães voltaram a ser envenenados no Bairro Quarta Linha, em Criciúma. O fato ocorreu na madrugada de sábado (15), no loteamento Sol Nascente. Segundo o relato de moradores, três animais foram envenenados no mesmo dia, um deles era de um morador, e os outros dois comunitário.
A moradora Roberta Ramos, socorreu a cadela “Magrela”, que sobreviveu ao envenenamento graças a ação rápida. “A Magrela, é filha da Mel, e são cães comunitários aqui do loteamento. Ela chegou na nossa rua gritando muito durante a madrugada e fomos socorrê-la. Durante a manhã recebemos apoio de voluntários aqui e conseguimos medicá-la”, relata a moradora.
Conforme ela, o animal permaneceu sem forças e não se alimentava e nem se movia na casinha onde foi acolhida, e respirava com dificuldade. “Não sabemos mais o que fazer”, declara Roberta.
Dois animais envenenados não resistiram e morreram, um deles foi envenenado dentro do pátio de uma casa, e os outros dois eram as cachorras Mel, e Magrela, que ainda esta doente. Um grupo de voluntários fez um alerta nos grupos de WhatssApp do bairro, e um Boletim de Ocorrência foi registrado. Devido às despesas para tratar a cadela “Magrela”, uma vakinha on line foi realizada para custear as despesas de manutenção do animal, atendimento veterinário e a castração social. O endereço eletrônico da vaquinha é: http://vaka.me/2082472
“As cachorrinhas estão seguras, e sendo bem cuidadas, mas precisamos de ajuda para continuar o tratamento da Magrela. São dois animais indefesos que sofreram com a crueldade de humanos. Logo que houver melhora já iremos castrar as duas. Quem puder ajudar com qualquer valor será muito bem vindo”, explica a voluntária Rivana dos Santos, que sempre tem buscado apoio para a causa animal.
Ela relata que a cachorra Mel foi abandonada por moradores, quando estava prenha de oito filhotes. A Magrela foi o único filhote da ninhada que não foi doada ainda. “Infelizmente essa vem sendo uma realidade de vários pontos do bairro”, lamenta Rivana. A polícia foi acionada através da delegacia virtual, e todos os moradores desta região se mobilizaram através de suas redes sociais para inibir que essa ação se repita em outros pontos do bairro.
A moradora Maria de Lourdes Teixeira, conhecida como “protetora de animais da Quarta Linha”, coleciona relatos com poucos finais felizes. Ela vem dedicando a sua vida em recolher animais abandonados na rua, e encaminha-los para um lar. Ela também coordena um espaço de alimentadouros e bebedouros para cães comunitários em diferentes pontos do bairro.
A Lei nº 18.058/2021 assegura o fornecimento de alimentação e água aos animais que estão na rua por qualquer pessoa em espaço público. A recomendação é que as pessoas utilizem vasilhas ou que instalem comedouros e bebedouros em tubos de PVC, de preferência em locais cobertos para não estragar a ração. Os alimentos devem ser servidos em pequenas porções para evitar ingestão rápida. Fica vedado o impedimento ou sanção a alguém que alimentar um animal de rua, sob pena de multa no valor de R$ 200 ao infrator, dobrada em caso de reincidência.
Segundo a voluntária Maria de Lourdes Teixeira, mesmo havendo um espaço, assegurado por lei, os espaços comunitários vem sendo alvo de atos de discórdia e envenenamento. “Existem pessoas que colocam fezes de outros animais nos espaços comunitários, e pior ainda, servem comida envenenada dentro dos alimentadouros. Já vimos pedaços de carnes e salames com pregos e tachinhas dentro, e os animais por estarem com fome acabam ingerindo e sofrendo com lentamente e com muita dor”, relata ela.
Até o fechamento desta edição, o estado de saúde da cachorra Magrela apresentava melhora, ela já estava começando a ficar de pé e se alimentando sozinha. As arrecadações feitas pela vakinha on line, para a manutenção e tratamento das cadelas, ainda são poucas, e por isso, uma chave PIX foi colocada a disposição caso alguém queira efetuar doações a partir de R$ 2,00 em prol da causa animal, Chave Telefone é: 48996875981. Conforme Rivana, a meta de arrecadação é de R$ 500,00 para custear a compra de ração, remédios e castração social das cadelas Mel e Magrela.
Depois dos envenenamentos de animais, furtos voltam acontecer
Na tarde do último domingo (16), moradores do no bairro Quarta Linha foram surpreendidos por ladrões que furtaram um portão de metal de um galpão desativado as margens da BR 101 – próximo do local dos envenenamentos. Ainda não se sabe, se os envenenamentos tem alguma ligação com os furtos.
A ação aconteceu a luz do dia, e só foi notada no fim do dia, pelo casal responsável pela manutenção do espaço. “No mês passado, duas vacas prenhas sumiram aqui do pátio. Fizemos alerta no bairro todo, inclusive nos grupos de Whatsapp, mas não registramos boletim de ocorrência, porque achávamos que tinham fugido, e que iríamos encontrá-las, o que não aconteceu. No Domingo passado fomos até o galpão, e ao chegar lá vimos que o portão de ferro que fechava o pavilhão foi roubado.”, relata Douglas dos Santos.
O pátio ainda possui algumas sucatas da antiga empresa, e estava sendo cuidado por um casal de zeladores, que vistoria o local para impedir a ação de saqueadores. Segundo o zelador, dependentes químicos e andarilhos costumam trilhar pelo local, e a instalação do portão impedia o acesso ao espaço. Mas, nos últimos dias que antecederam o furto do portão do pavilhão, uma grande quantidade de lixo foi espalhada no local. “As pessoas vem até aqui largam tudo e vão embora”, explica Douglas.
O proprietário do local esta hospitalizado em virtude da Covid-19, e o casal de zeladores aguarda a melhora dele para verificar quais medidas de segurança poderá ser tomada para evitar que novas ações de furtos ocorram. Um boletim de ocorrência foi realizado, e de momento os moradores aguardam providências da polícia.
Segundo moradores locais, uma onda de envenenamento de cachorros domésticos no início do ano, resultou em vários registros de furtos a residências. As autoridades orientam que os moradores devem ficar sempre atentos ao registrarem movimentação de pessoas estranhas próximo da suas casas. Denuncias podem ser feitas pelo telefone 190.