Cidasc registra casos de raiva bovina na região; sete em Pedras Grandes
Oito casos de raiva bovina foram registrados na região pela Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc). O primeiro caso aconteceu em Tubarão, no mês de abril, e depois outros sete foram registrados em Pedras Grandes. Estes são os primeiros casos registrados na região neste ano.
A médica veterinária, Angela Zimmermann, gestora regional de defesa agropecuária do departamento regional de Tubarão da Cidasc, afirma que a situação é de alerta aos produtores. Os casos ocorreram em propriedades diferentes causando a morte dos animais.
Os técnicos da Cidasc coletaram amostras do encéfalo do animal morto para análise. As amostras são encaminhadas ao laboratório da Cidasc em Joinville, sem custos ao produtor.
A médica veterinária explica que a raiva dos herbívoros é transmitida principalmente pelo morcego hematófago, quando ele estiver contaminado. É transmitida pela saliva. “A nossa região possui grande quantidade de abrigos de morcegos, pela topografia, regiões de mata e em Pedras Grandes temos minas abandonadas”, ressalta.
A raiva é uma doença fatal que acomete os mamíferos, inclusive seres humanos e é por isso que a Cidasc alerta a população sobre medidas de prevenção e precaução para o combate da doença. A zoonose é transmitida por animais domésticos, animais de produção e animais silvestres, ataca o sistema nervoso central (cérebro), causando mudança de comportamento, paralisia e em alguns casos, agressividade.
Muito além do prejuízo econômico pela perda de animais, a raiva é uma doença que acomete todos os mamíferos e passa dos animais para o homem (zoonose). Ela não tem cura, uma vez iniciados os sintomas o animal, ou o ser humano, virá a óbito. Por isso, as ações em prevenção da doença são essenciais.
Angela complementa que o produtor é peça chave para o bom andamento do Programa de Controle da Raiva em Herbívoros – PCRH em Santa Catarina, porque as notificações dos animais doentes e as informações sobre abrigos dos morcegos hematófagos, são dependentes da comunicação do produtor à Cidasc.
Durante as inspeções, encontrando colônias de morcegos hematófagos, é feito o controle da população e a orientação dos produtores rurais sobre o controle da doença, o uso da pasta vampiricida nos morcegos capturados, e a orientação dos produtores para vacinação em regiões de risco e a não manipulação dos morcegos. A vacinação do rebanho contra a raiva é a ação mais efetiva para o controle da doença.
::: Orientações sobre a Raiva
O morcego hematófago da espécie Desmodus rotundus é responsável pela transmissão da raiva para herbívoros. As espécies de morcegos hematófagos e não hematófagos são protegidos por lei e seu manejo e controle caracteriza crime ambiental. Por isso, somente profissionais capacitados, do serviço veterinário oficial, podem intervir em colônias de morcegos em área de risco para a Raiva, porque são capazes de diferenciar as espécies de morcegos em um abrigo.
O animal doente elimina o vírus da raiva pela saliva, por isso não devemos colocar a mão na boca de cavalos ou bovinos que estejam com dificuldade de locomoção e/ou salivação intensa. Usualmente, a doença é transmitida através da mordida do animal infectado, mas o simples contato entre saliva e feridas abertas, mucosas e arranhões também propaga o vírus.
Para ajudar no controle da raiva
– Vacine seu rebanho contra a raiva;
– Informe ao escritório da Cidasc mais próximo sempre que seus animais ficarem doentes e apresentarem dificuldade para caminhar, se alimentar, e/ou agressividade
– Caso seus animais tenham marcas de mordedura causada pelo morcego hematófago, comunique a Cidasc, mesmo que não estejam doentes;
– Avise ao médico veterinário da Cidasc se souber de algum local que possa abrigar morcegos hematófagos, tais como, cavernas, grutas, ocos de árvore, túneis, bueiros, passagem sob rodovias, cisternas e poços, casas e construções abandonadas.