Editorial: “Golpe” de Matias entra para a história e vira piada
O ano político de Maracajá começa de forma inusitada. As suspeitas se confirmam e o vereador Matias José Matias entra para história, não pelos resultados que apresentou de seu primeiro ano no comando do legislativo municipal, muito positivo monetariamente, diga-se de passagem. Será para sempre lembrado não pelos resultados, mas pelo “golpe” que aplicou nos demais vereadores e na comunidade, de forma geral.
O vereador de primeiro mandato entra não apenas para a história da política maracajaense, mas para o anedotário municipal. Os subterfúgios utilizados para romper o acordo firmado entre os eleitos – todos estreantes do parlamento municipal – em dezembro de 2020, ano da eleição municipal. Os ingredientes do “golpe”, as expectativas e, sobretudo, as surpresas se tornaram motivo de piadas das mais diversas.
O acordo, é importante se ressaltar, repetia uma tradição das câmaras municipais em geral, muito comum na região e no Estado, ampliando a quantidade de presidentes em cada mandato. Legalmente cada presidente é eleito para dois anos, mas por acordo entre os vereadores que fazem a maioria do plenário, este número sobe para quatro, com cada parlamentar presidindo o poder por um ano.
Não há nenhum demérito na intenção de Matias em permanecer por dois anos no cargo para o qual foi legalmente eleito. O problema é a forma empregada pelo “nobre edil”. O vereador do PDT – partido que também fica manchado politicamente se não tomar oficialmente alguma posição – foi ardiloso, agiu nas sombras, corrompeu um acordo firmado com seus pares, com os quais terá que conviver por mais três anos.
Os traidores são tão, ou até mais, lembrados quanto os próprios traídos. Somente um não “brilhou” mais: Judas. Mas, neste caso, o traído, Jesus Cristo, sabia que a traição ocorreria e se sujeitou aos desígnios do Pai e marchou à crucificação. Matias não. Silenciou, não respondeu, não atendeu ligações e somente se manifestou oficialmente quando sua “Carta Renúncia” foi protocolada pelos “traídos”.
Como de todas as lições devem ser tirados aprendizados, fica o exemplo. O péssimo exemplo de um representante do povo, eleito por mais de 400 moradores de Maracajá. Cumprirá ele os compromissos que assumiu com o eleitorado? Como cobrará compromissos futuros, presentes e passados? Pior, se renderá ao péssimo exemplo daqueles que dizem: faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço.
Ainda há tempo, pois homens de bem sabem reconhecer erros e voltar atrás. Os outros planejam e executam “golpes”.