Matias surpreende e para se manter no cargo tenta anular “Carta Renúncia” em Maracajá
“Quando as pessoas são movidas pela ganância de poder, pode se esperar tudo, até quebrar acordos, premeditar situações em benefício próprio”. Assim relatou o vereador Alex Leandro Cichella-PSD.
Alex explica como tudo aconteceu desde o início, lá em dezembro de 2020, após o resultado das eleições municipais.
“Em uma reunião realizada no escritório do vice-prefeito Volnei Rocha, com a maioria dos vereadores eleitos, entre eles, eu, o Matias José Matias – PDT, o Valmir Manoel Martins, o Pita – PP, o Rodrigo Xavier da Silva, o Rodriguinho da Garajuva – PDT e a Edilane Nicoleite – PSL, acordamos que a presidência da câmara seria comandada no primeiro ano por Matias, no segundo ano por mim, em 2023 por Rodriguinho e em 2024 por Pita. Um ano para cada, para dar oportunidade para que o maior número de vereadores pudessem mostrar seu trabalho frente ao Legislativo, como acontece em vários municípios, inclusive em Maracajá a décadas”, afirma Alex.
Segundo o vereador, para que o acordo fosse firmado, e pudesse ser provado, inclusive para os eleitores do município, uma carta de renúncia previamente assinada e reconhecida em cartório pelo primeiro vereador que assumisse o comando, deveria ser feita. “Como Matias seria o primeiro a assumir a presidência, teria o compromisso de renunciar na última sessão ordinária da Câmara, no dia 14 de dezembro 2021, conforme carta assinada e reconhecida em cartório por ele próprio. Mas mesmo após usufruir de um ano no comando do legislativo, gozando da confiança dos vereadores, Matias, sem comunicar ninguém, premeditadamente foi até o cartório no mesmo dia da última sessão, no dia 14 de dezembro, e registrou uma Certidão de Escritura Pública Declaratória, para anular a sua carta de renúncia, temendo que os vereadores apresentassem na última sessão, a carta de renuncia se comprometendo a deixar após um ano, o cargo de presidente”, relata Alex.
Na última sessão do ano passado, segundo Alex, todos esperavam que Matias cumprisse o acordo, após usufruir do cargo durante um ano, e renunciasse para que ele, Alex, assumisse a presidência até o final deste ano. “Fomos pegos de surpresa, e como alguém que não está preparado para assumir cargos importantes, o poder subiu para a cabeça e veio enrolando a todos, não dando respostas, de quando iria cumprir o acordo. Ainda tínhamos esperança que após reuniões e conselhos de muitas pessoas do próprio PDT, Matias cumprisse o acordo. Só que para tudo tem limites, então fomos obrigados a tornar público principalmente aos eleitores de Maracajá, que merecem saber como agem alguns parlamentares, o documento que ele mesmo assinou se comprometendo a deixar o cargo no segundo ano para outro vereador”, explica Alex.
Conforme Alex, nesta quarta-feira (5), mais uma vez os vereadores foram surpreendidos. “Sem poder esperar mais, e perdendo as esperanças que Matias cumprisse o acordo, decidimos protocolar a carta de renuncia que Matias tinha assinado na reunião que deu a presidência a ele. Logo após protocolarmos a carta no Legislativo, Matias foi a câmara e protocolou a Certidão de Escritura Pública Declaratória, que fez na ‘surdina’, para tentar anular a sua carta de renúncia, e deixar de cumprir o acordo”, frisa.
A intenção, conforme Alex, é lutar para que a ética, respeito e compromisso com os demais vereadores e com a população de Maracajá sejam mantidas. “O que está em jogo, não é apenas a presidência, e sim a imagem do Legislativo. O que as pessoas vão pensar dos vereadores que forem coniventes com isso? Não podemos aceitar, porque fomos eleitos com a promessa de sempre falar a verdade, ser honestos e cumprir com nossas promessas. Nosso eleitor que presa pela honestidade, tenho certeza que não compactua com mentiras e golpes praticados por políticos. Temos que dar exemplo positivos, e não prejudicar a imagem dos parlamentares de Maracajá”, conclui Alex.
A decisão até o fechamento desta edição estava nas mãos do vereador Pita, 1º Secretário da Câmara, em dar posse ao vice-presidente Alex, reconhecendo assim a Carta de Renúncia assinada por Matias, ou acatar a Certidão de Escritura Pública Declaratória, apresentada por Matias.
Esta Folha Regional tentou contato com o vereador Pita, nesta quinta-feira antes do fechamento da edição, mas ele não respondeu aos contatos.
O Vereador Matias também foi procurado, mas também não respondeu as mensagens enviadas.
A presidência da Câmara de Vereadores de Maracajá pode acabar em processo judicial.
O advogado do PSD, Paulo Sérgio Coelho, espera que o vice-presidente Alex, seja empossado, pois segundo ele, uma vez feita a renúncia e protocolada, não tem como a mesma ser revogada.