Política

Editorial: Efeitos da “Novela” na Câmara de Vereadores de Maracajá podem se estender até 2024

Dos males, o menor. O dito popular se encaixa perfeitamente na “Novela” criada pelo vereador Matias José Matias, na Câmara Municipal de Maracajá. O menor dos males foi a reparação, em parte, do acordo firmado entre os integrantes das bancadas que venceram o pleito eleitoral de 2020 (PDT, PSD, PP e PSL). Matias, finalmente, renunciou ao cargo de presidente, posição que já deveria ter tomado no final de dezembro, conforme convencionado com os demais vereadores “de situação”.

Os “males” e a “novela”, no entanto, não terminaram nem são poucos. Da posição adotada de forma isolada e sem justificativas oficiais e públicas de Matias, restaram marcas que se aproximam mais de cicatrizes na pele da coligação que elegeu o prefeito Anibal Brambila e o vice-prefeito Volnei Rocha. As cicatrizes, quase feridas, precisam ser tratadas com antibióticos políticos eficientes, sob pena de se tornarem irreversíveis e com consequências preocupantes, beirando a amputação de membros.

Ao não cumprir o acordo e arquitetar uma possibilidade de se manter no cargo até o final de 2022, tomada pelo vereador mais votado nas últimas eleições municipais, abriu uma fenda profunda nos relacionamentos inter e entre bancadas do poder legislativo. Isto ficou evidente, feito fratura exposta, nas votações em que a vereadora Edilane Nicoleite foi derrotada para composição da mesa diretora. Feito corte de bisturi, o vereador Alex Cichella provocou uma incisão que não se cura com sutura de dois pontos.

A bancada derrotada nas eleições municipais, agora, já tem dois dos quatro cargos da mesa diretora do poder legislativo, e deve emplacar a terceira posição do quarteto que define os trabalhos legislativos em 2022. E, sobretudo, com a receita pronta para tomar todos os cargos em 2023 e no fatídico 2024, ano da próxima sucessão municipal.

Criada pela decisão de Matias, da qual não se discute mérito ou legalidade, a “novela” se estenderá feito doença crônica por meses, ou anos.

A quantidade de capítulos dependerá de doses homeopáticas de bom senso, articulações e composições políticas. Resta a dúvida da possibilidade do resgate da confiança no personagem principal e central deste episódio histórico na Câmara e na política de Maracajá. Quem confiará nele para um novo acordo?

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