Comunidade de São Domingos não concorda com o fechamento da Escola
Aproximadamente 200 pessoas participaram de uma reunião na Escola Municipal Augusto Pavei, no bairro São Domingos, nesta quinta-feira (20), para discutir sobre um possível fechamento da instituição.
Conforme o morador do bairro Lucas Dominguini, representantes da secretaria de educação de Criciúma estiveram no bairro São Domingos para discutir o fechamento da Escola Municipal Augusto Pavei. “Como argumento, apresentaram o baixo número de alunos, que hoje atende 81 estudantes, a existência ainda de turmas multiseriadas, a dificuldade de ampliação da estrutura existente e os resultados do Índice de desenvolvimento da Educação Básica – IDEB abaixo da média municipal. E com o fechamento, os alunos seriam deslocados para outras escolas no Bairro Quarta Linha”, relata Lucas.
Segundo ele, a escola tem quase 70 anos e argumentos em defesa da manutenção da escola não faltam. “Apresentamos dados como o crescimento do bairro, que é 2,5 vezes maior do que o crescimento médio do município, resultados em outros processos de avaliação da educação maiores que a média municipal. Todos no bairro se sentem parte responsáveis pela escola, e seria um grande prejuízo para a comunidade, fechar a unidade escolar”, relata Lucas.
A presidente da Associação de Pais e Professores – APP da Escola, Kari Daniele Flores Carneiro, explica que a comunidade não quer que unidade escolar seja fechada. “Nossa escola tem história, nossos alunos estão totalmente ambientados, com identidades fixadas na comunidade. Outro ponto é que o bairro tem perspectiva de crescimento, pois mais um loteamento está sendo implantado no bairro, com 231 terrenos vendidos e com vários imóveis em fase de construção. Então estamos tranquilos quanto ao número de alunos, que deve crescer, além da qualidade do ensino que sempre foi ótima”, afirma a presidente da APP.
A presidente da Associação de Moradores do bairro São Domingos, Maria das Graças Felisberto Daros, também é contra o fechamento da unidade escolar. “Os argumentos apresentados até agora, não nos convenceu. Achamos inadmissível é uma professora ter que dar conta de 30 alunos em uma sala de aula, ao contrário daqui, que mesmo que seja duas séries em uma mesma sala, com 15 ou 18 alunos, o professor consegue ensinar com qualidade. Os pais também não acham que o ensino é de má qualidade e estão satisfeitos com o ensino aqui na escola. E quando falam que a escola precisa de um laboratório de informática, eu discordo, pois todos alunos tem acesso em casa, eles sabem usar o smartphone melhor que a gente. Alegaram falta de uma quadra de esportiva, pois temos o campo de futebol atrás da escola e quando chove tem o salão de festas que sempre foi disponibilizado. Queremos é somente preservar o que é de bom, pois nossa comunidade não pode servir apenas para penitenciárias”, conclui a presidente da Associação.
Ao final da reunião ficou definido que a representante da secretaria iria se reunir com o secretário municipal de educação, repassar a posição da comunidade e tomar os encaminhamentos. Em caso de continuidade do projeto de fechamento da unidade escolar, uma nova reunião com a presença do secretário de educação será agendada com os moradores do bairro.
A secretaria de educação foi procurada nesta sexta-feira (21), mas até o momento não se manifestou sobre os encaminhamentos.