Intercon aborda desafios e oportunidades do mercado exterior
Evento promovido pela Acic nesta quinta-feira, 29, reuniu empreendedores e profissionais para discutir a internacionalização dos negócios
Os desafios e as oportunidades da internacionalização nortearam as palestras e debates realizados nesta quinta-feira, 29, na Associação Empresarial de Criciúma (Acic), durante a segunda edição do Intercon – Conexões para Negócios Internacionais. O evento reuniu empreendedores e profissionais que já atuam no comércio exterior e interessados em ingressar nesse mercado.
O presidente da entidade empresarial, Valcir José Zanette, lembrou que entre os eixos definidos pela atual diretoria como estratégicos para atuação estão os negócios internacionais.
“Nosso intuito é estimular as operações das empresas, especialmente as micro, pequenas e médias, com o comércio exterior, seja por meio da exportação, importação ou parcerias estratégicas”, explica Zanette.
Ele avalia que, para se manter competitivas, as empresas precisam cada vez mais considerar a opção de expandir seus negócios para o exterior, criando dessa forma novas oportunidades e diversificação dos mercados.
“A atuação no exterior também facilita parcerias para o desenvolvimento de novas tecnologias e aprimoramento dos processos produtivos. O fato de termos poucas empresas na região com atuação no comércio exterior demonstra o grande potencial a ser explorado e o Intercon veio para incentivar essa expansão”, ressalta.
“A nossa região é muito forte na importação, e isso é importante, mas nós ainda estamos devendo na exportação. Nós podemos mais, pelo parque fabril que temos aqui, indústrias que podem buscar uma parte de suas receitas no mercado externo”, defende o vice-presidente da Acic, Franke Hobold, que no Intercon conduziu uma mesa redonda com representantes de Farben, Icon e Solifes, empresas da região que já atuam no mercado internacional.
Experiência do agronegócio
Fundador da OD Consulting Planejamento e Estratégia para o mercado, Osler Desouzart abordou a importância da exportação no desenvolvimento do mercado interno, destacando o papel do agronegócio no volume exportado pelo Brasil.
“Nosso país é uma potência no agro, tanto que não dá para se falar em abastecimento global sem incluir o Brasil”, salientou Desouzart, embasando sua fala em uma variedade de dados sobre a representação do setor no mercado externo.
Para ele, é necessário estimular a cultura de exportação, para que o país se destaque em outros nichos. “Para exportar, é necessário envolver todos os setores da empresa, haver a mobilização de todos, investir em conhecimento e tecnologia, para alcançar melhorias contínuas”, apontou.
Expansão na área da saúde
Presidente e fundador da Olsen Equipamentos Odontomédicos, Cesar Augusto Olsen contou como a empresa sediada em Palhoça ganhou mercado e expandiu sua atuação na área da saúde, conquistando espaço também no exterior.
Olsen ainda deu dicas valiosas a quem pretende ingressar nesse mercado. “Primeiro é preciso ter uma boa ideia. Depois, capacidade de produção, estruturação e ajustar a empresa às normas internacionais. Mas, sobretudo, é preciso ter vontade de fazer. Não é fácil, não é barato, mas vale a pena investir nesse mercado”, entende.
Potencial a ser explorado
Com mais de 20 anos de experiência em comércio internacional, a secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Tatiana Lacerda Prazeres, apresentou dados oficiais, mostrando o aumento no número de empresas catarinenses exportadoras e a chegada de produtos de Criciúma a mais de 70 países em 2024, sendo os Estados Unidos o principal destino das vendas externas do município.
No entanto, a especialista acredita que é possível ampliar as operações. “Para um estado com o potencial exportador de Santa Catarina, ter 3 mil empresas exportadoras é muito pouco. Mesmo em termos de Brasil, a base exportadora é muito pequena, são poucos os produtos exportados e poucos mercados – um terço do que o país vende vai para a China. Ou seja, há um enorme potencial a ser explorado, o que vai beneficiar não só as empresas, mas as comunidades onde estão inseridas”, considera.