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Torcedor do Criciúma segue em busca de camisas raras para ampliar coleção

Colecionar vai muito além de um simples hábito de adquirir, juntar, buscar ou encontrar coisas de uma mesma natureza. Quem nunca conheceu ou soube de alguém que colecionasse algo como selos, bolinhas de gude, moedas, chaveiros, revistas, carros ou até camisas de time de futebol?, como é o caso do marceneiro do bairro Quarta Linha, Evandro Lúcio da Silva, de 32 anos, que é apaixonado pelo Criciúma Esporte Clube.

Evandro afirma que tudo começou em 2012, quando comprou as primeiras camisas do Criciúma, sendo uma do catarinense de 1986, ano em que o Tigre foi campeão e outra de 1992 quando o time participou da Libertadores da América.

“Neste ano, quando adquiri as primeiras camisas do Tigre, eu ainda não tinha intenção de fazer coleção. Foi em 2015 que realmente fui me interessando pela história por trás das camisas e do clube que decidi colecionar as camisas do Criciúma”, revela Evandro.

Segundo ele, possui 100 camisas, incluindo algumas raras, como a de goleiro e de um jogador de linha de 1982, quando o uniforme do Criciúma ainda era azul e outra de 1984, primeiro ano com as cores preto, branco e amarelo.

“As pessoas costumam iniciar como passatempo ou um hobby, mas aos poucos, vão tomando gosto e na maioria das vezes acabam dedicando tempo e investindo dinheiro para ampliar a coleção”, revela o torcedor.

Desde quando comprou as primeiras camisas do Criciúma, em 2012, Evandro é sócio do Clube carvoeiro, com exceção de 2017.

“Com o tempo a história vai se perdendo, e o colecionador ele acaba ajudando a preservar essa história, como por exemplo esta camisa do goleiro de 1982 comprei ela faz aproximadamente dois meses, e acredito que apenas eu tenho, porque camisas de goleiros são as mais raras. Estou na fase de tentar descobrir quem era o goleiro que vestiu essa camisa na época”, afirma.

Evandro, que é casado com Sara Leopoldo e pai do Pedro, de 5 anos, confidencia que as vezes precisar usar “estratégias familiares”, segundo ele um carinho a mais, para convencer a esposa, que está grávida de 3 meses, quando precisa desembolsar algum recurso para comprar mais uma camisa para a sua coleção.

Evandro se arrepende de ter vendido uma camisa em 2012

Entre as compras e trocas de camisas, Evandro lembra que já chegou a se arrepender de vender uma camisa do clube que é apaixonado. “Em 2012, quando ja tinha adquirido camisas do Tigre, mas ainda sem a intenção de colecionar, acabei vendendo uma camisa de 1986 pelo valor de R$ 100,00, na qual me arrependo até hoje, porque essa é uma das que ainda não tenho na minha coleção”, lembra.

O colecionador conta que seu objetivo é conseguir somente camisas de jogo. “A grande maioria das minhas camisas foram usadas pelos jogadores. E meu objetivo é construir um museu particular nos fundos do meu terreno para que estas camisas possam ficar expostas em local adequado”, relata.

Evandro revela que seria um sonho encontrar uma camisa de jogo do Comerciário. “Estou em busca desta camisa, sei que não é fácil mas acredito que alguém ainda tenha”, afirma. O colecionador possui camisas de jogos no período entre 1982 à 2020, mas conta que está faltando as camisas dos anos de 1985, 1986, 1990, 1992 e 2006.

Sobre os valores, ele estima que algumas de suas camisas possam ultrapassar a casa dos R$ 2 mil, pois são consideradas raras, na qual já chegou a desembolsar mais de R$ 1 mil por uma camisa. “Um colecionar muitas vezes tem que contar com a sorte, pois já ganhei camisas de amigos que sabem que coleciono, já comprei algumas e até um lote com seis camisas, e também ja precisei trocar com outros colecionadores, por outra mais rara”, diz Evandro.

Evandro está em busca de camisas para aumentar sua coleção, e caso alguém tenha interesse em vender, doar ou trocar alguma camisa pode entrar em contato pelo telefone 996767227.

“Rivalidade me fez torcer ainda mais pelo Tigre”

Como torcedor, Evandro não critica quem torce para dois clubes, fato muito comum em cidades pequenas.
“Eu venho de uma família onde meu pai era vascaíno, meu irmão santista e eu por ter ganho de presente aos 5 anos, uma camisa do Grêmio, de um vizinho chamado Ivo Conti, que inclusive ainda mora no bairro Quarta Linha, passei minha infância torcendo pelo time gaúcho, que durou até eu comprar as primeiras camisas do Tigre e me associar ao clube em 2012”, revela.

Ele explica que sempre se questionava porque torcia para um time no qual não tinha qualquer ligação. Pois não conhecia o estádio, jogadores e nunca tinha assistido de perto um jogo do clube gremista. “Outro fato que fez eu deixar de torcer para o clube gaúcho, foi a rivalidade que os dois clubes possuíam, acho que devido a Copa do Brasil de 1991, na qual o Tigre foi campeão em cima do Grêmio, muitos torcedores não gostavam do Criciúma e falavam mal. Isso foi me deixando cada vez mais torcedor do Tigre”, conclui.

“Nós torcedores estamos vivendo uma mistura de sentimentos”

Segundo ele, os torcedores estão passando por uma mistura de sentimentos. “Acredito que a maioria das pessoas que acompanham o Criciúma no dia a dia, assim como eu, estão passando por uma mistura de sentimentos, tristeza com esperança.

Tristeza pelo que vimos na gestão Dal Farra, onde o time perdeu sua identidade de time que botava medo nos adversários. Tanto que pela primeira vez na história o nosso time caiu para a segunda divisão do catarinense. Deixamos de ser um clube formador, perdemos nossa força e isso acaba refletindo principalmente na torcida mais jovens que vai perdendo o interesse pelo clube”, acredita. Ele alega, que o fato de cair para a Série B do estadual, aliado as provocações dos adversários, além de deixarem os torcedores tristes, faz o clube perder um patrimônio valioso que são os novos torcedores. “As crianças e adolescentes vão perdendo o interesse em torcer para o time da cidade quando ele é considerado fraco.

O sentimento de esperança, conforme ele, vem na aposta da nova diretoria, que parece estar mais empenhada e preocupada com a instituição. Outro ponto destacado é a vitória da chapa 2 do Conselho Deliberativo, mostrando que as mudanças estão acontecendo realmente. “Parece que o bom futebol está voltando, já notamos um empenho maior dos jogadores, a diretoria parece estar mais comprometida, e com isso, os resultados estão aparecendo na Série C do Brasileirão e na Copa do Brasil. A torcida já formada não abandona o Criciúma, é uma torcida fanática e quando o time vai bem o humor das pessoas muda, a cidade é outra”, destaca. Página 5

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