Esporte
Nadador largará neste sábado (2) para o Desafio Volta à Ilha de 125km
Após adiamento por conta das condições climáticas,Maurício Cangiani tentará feito inédito
Neste sábado (2), o maratonista aquático Maurício Cangiani dará a largada para os 125km do Desafio Volta à Ilha de Natação. A data marcada inicialmente seria o dia 23 de março, em celebração aos 349 anos de Florianópolis, mas precisou ser adiada devido às condições climáticas. Maurício completará sozinho o percurso, em dias seguidos, utilizando apenas o apoio de caiaques e barco de segurança. “Pretendo nadar de 8 a 10 horas diárias e descansar até o próximo dia. A meta é realizar a volta toda entre 3 e 5 dias, dependendo muito das condições climáticas como chuva, vento, ondulações e maré, além do meu estado físico“, explica.
O maratonista aquático conta que a volta à ilha a nado já aconteceu em cinco ocasiões. Nos anos de 1998, 2000, 2001 e em 2019 foi realizada em forma de revezamento e coube a nadadora paranaense Dailza Damas ser a pioneira ao completar o percurso de forma individual, distribuído em 13 dias, no ano de 1999. Foi justamente ao relembrar esses momentos que surgiu a ideia de fazer novamente o desafio. Maurício e a sócia Regina Feldmann coordenam o Treino Travessias, um dos primeiros grupos de treinamento em águas abertas a surgir no Brasil e que atualmente conta com mais de 200 integrantes. Durante um evento, o desafio literalmente foi lançado. “Eu já tinha realizado a Volta à Ilha em 2019, mas em grupo. Em conversa com minha sócia Regina e o irmão dela, Rinaldo Feldmann, os dois comentaram que eu seria o segundo nadador a buscar o contorno da Ilha de Santa Catarina de forma individual, sendo o primeiro a tentar fazer em dias seguidos. Gostei da ideia de realizar um projeto tão audacioso, pois será um grande desafio e aprendizado pessoal“, garante o nadador. Desafios envolvidos De acordo com o idealizador do evento, Rinaldo Feldmann, que acompanhará Maurício Cangiani em todo o trajeto, este é considerado o maior desafio da natação brasileira, tanto em grau de dificuldade, riscos envolvidos, distância percorrida e tempo de duração. “Esta prova traz a necessidade de uma estrutura de segurança ímpar, que minimize os riscos do atleta. O nadador contará sempre com o apoio de 1 ou 2 caiaques, 1 barco grande com toda a equipe da Volta à Ilha (diretor de prova, guarda vidas, marinheiros, fotógrafo, psicóloga, caiaqueiros e amigos), além de uma embarcação de apoio emergencial“, enumera Rinaldo. Além dos ventos fortes e tempestades, os locais com costões e correntes em mar aberto também são obstáculos a serem superados. A prova, inclusive, será interrompida em função das condições climáticas ou do mar que exponham o atleta à riscos para sua segurança, bem como da equipe de apoio. Apesar das desafios, Maurício espera estimular a prática da natação em mar aberto. “Quero ajudar a difundir o esporte como instrumento de manutenção da saúde visando o envelhecimento saudável e incentivar outros atletas a participarem deste desafio“, afirma. História Volta à Ilha Dos milhões de nadadores espalhados pelo mundo, apenas 87 felizardos tiveram o privilégio de participar do contorno a nado da Ilha de Santa Catarina. A primeira edição, em 1998, foi realizada de forma experimental por um grupo de nadadores amigos que se revezaram ao longo do percurso. Em maio do ano seguinte, a nadadora paranaense Dailza Damas, que foi a segunda brasileira a cruzar o Canal da Mancha, no ano de 1992, tornou-se a pioneira a concluir sozinha a Volta à Ilha de Santa Catarina, em 39h47min distribuídos em 13 dias por conta das condições climáticas. O evento voltou a ser realizado em 2000 e 2001, mas de forma competitiva entre equipes, mantendo o formato de revezamento de nadadores. Após um intervalo de quase duas décadas, a Volta à Ilha a nado voltou a ser realizada em 2019, em comemoração à realização da primeira edição do evento. Parte da equipe pioneira se reuniu novamente, agora na companhia de seus filhos, além de atletas convidados. O contorno foi concluído com êxito após 42h39. Sobre Maurício Cangiani Natural de Piracicaba (SP), o atleta de 39 anos pratica a natação desde pequeno. Ele começou no esporte por indicação médica e nunca mais parou. Educador físico, personal trainer e professor de natação no mar, Maurício Cangiani competiu até os 34 anos na piscina, disputando campeonatos estaduais e nacionais. Em 2014, mudou-se para Florianópolis, onde deu início a sua paixão atual: a natação em águas abertas. Atualmente, junto com a sua sócia Regina Feldmann, coordena o grupo Treino Travessias, que também realiza diferentes eventos de maratonas aquáticas e aquathlon nos mares de Santa Catarina.