Política
Funcionários dos Correios relatam na Câmara os problemas enfrentados em Forquilhinha
Os funcionários dos Correios marcaram presença na sessão da Câmara de Vereadores nesta segunda-feira, dia 30, para explicar os motivos dos atrasos na entrega de correspondências em Forquilhinha. Algumas localidades ficaram mais de três meses sem ver o carteiro realizando a distribuição. A falta de efetivo e a centralização do serviço em Içara foram alguns dos motivos apontados.
“Três carteiros ficavam direto no município, mas agora tudo fica centralizado em Içara. A pessoa sai de Forquilhinha e percorre 23 km para chegar lá, depois volta para começar a distribuição. No final, se desloca novamente para deixar o transporte em Içara e retorna para cá. Nessas idas e vindas, são duas horas de improdutividade”, relata Hélio Samuel de Medeiros, secretário geral do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios (Sintect). Apenas um carteiro faz a entrega nos bairros Santa Isabel, Santa Ana, Loteamento Horr, Centro, Clarissas, Santa Clara e Vila Lourdes. “Estamos com falta de efetivo, pois o último concurso público foi realizado em 2011. As correspondências só crescem e a mão de obra diminui”, disse Medeiros, afirmando que a Distribuição Domiciliar Alternada (DDA) também prejudica. “Nesse sistema, o carteiro passa dia sim e outro não, sendo que antes era todos os dias. Se o carteiro ficar doente, o morador vai ficar mais tempo sem receber”, acrescenta. Na avaliação dos colaboradores, o Governo Federal tem culpa pela precariedade dos serviços e deixa da forma que está para entregar à privatização. “Querem extinguir os Correios, sem olhar os pais de família e o quanto fizemos por esse país. A privatização passou com folga na Câmara dos Deputados, mas conseguimos articular no Senado para segurar o projeto, provando que os Correios não dão prejuízo”, declara o secretário de política sindical do Sintect, Manoel Augusto. Em 2021, os Correios apresentaram um lucro de R$ 37 bilhões no Brasil. “De cada 10 varejistas, oito utilizam os nossos serviços. Nenhuma empresa privada possui a logística dos Correios. No período pandêmico, nossa categoria não saiu das ruas e contribuiu na distribuição das vacinas. Somos uma empresa pública grande e autossustentável, mas o governo não passa isso à população”, lembra Medeiros. “Pedimos com muito carinho à sociedade, não xingue o carteiro. Ele não tem culpa dessa situação drástica que vivemos”, comenta Augusto. Os vereadores manifestaram solidariedade aos trabalhadores. “A vinda de vocês é um passo na mobilização. É uma empresa pública que precisamos manter e lutar para melhorar”, disse o vereador Marcos Rocha Macedo (PDT). “Essa Casa tem o compromisso de continuar o debate. Vamos entrar em contato com a agência em Içara, Ministério Público e o Procon para diminuir a situação caótica que está o serviço dos Correios em Forquilhinha”, finaliza o presidente Célio Elias (PT).