Viver em sociedade, é algo que diariamente implica em dilemas, problemas e oportunidades. Somos desafiados constantemente por situações, que estão muito próximas de nossas famílias, e presentes em nossa comunidade. Situações estas que, se forem apoiadas, podem não somente se resolver, mas também para sensibilizar, conscientizar e mudar a vida de uma comunidade inteira.
A professora Deise Bezerra Goulart, da disciplina de geografia da Escola José Rosso, do Bairro Quarta Linha, deparou-se com um problema que vem sendo muito comum após a pandemia: o abandono e maus tratos de animais. Ela tomou conhecimento do projeto Cão comunitário, existente no bairro, uma ação que é amparada pela lei Ordinária 7367 – 2018, e de todas as dificuldades que a voluntária tem enfrentado para cuidar dos animais. “Isso é uma questão de saúde pública, não é problema só de um, é problema de todos”, ressalta a professora.
Levando essa questão para a sala de aula, e em parceria com os alunos do 9º ano, eles buscaram uma forma de cooperar e engajar toda comunidade, para esse problema. “Temos percebido aqui no bairro, que a quantidade de animais abandonados tem aumentado. Todos os dias, somos surpreendidos com novos relatos de maus tratos, e de abandono de animais, e já estamos carentes de alojamento para tantos bichinhos. “A expectativa é fazer com que não apenas os alunos, mas que toda a comunidade possa despertar para essa questão ambiental, e abraçar essa causa”, frisa ela.
Para a professora, Deise o objetivo do projeto é além de dar comida, castrar, e fazer doação consciente, é propor uma mudança de hábito na comunidade. A professora de matemática Solange Teixeira, também aderiu a causa incentivando e conscientizando as pessoas a serem solidárias com gatos.
A protetora independente Maria Teixeira , é moradora do bairro e atua como protetora de animais a mais de quatro anos. “Tenho animais na minha casa, e também suportes de alimentação com ração em vários pontos do bairro, onde eu faço a vistoria todos os dias para garantir que os animais tenham o que comer”, explica ela. Ela ainda destaca a necessidade que os animais têm de ter um lar, de serem adotados por pessoas responsáveis e que possam dar a eles o carinho e o cuidado que tanto esperam. Outra questão levantada por Maria, é sobre o envenenamento de animais, uma forma que pessoas de má índole encontram de extinguir o problema dos cães abandonados nas ruas, e que muitas vezes acabam assustando moradores, ou fazendo badernas em latas de lixo. Segundo ela, mesmo com o amparo da lei, ela continua sendo surpreendida com a notícia de animais envenenados. “Muitos animais de rua que eu cuidava já foram mortos por envenenamento. Tenho esperança de que essas pessoas sejam punidas por tamanha maldade”, desabafa ela.
No início deste mês, Maria foi surpreendida por um ato de vandalismo, em um dos alojamentos comunitários que ela supervisiona. “ Havia lixo espalhado na casa dos bichinhos, e muitas roupas espalhadas por lá. Fiquei muito decepcionada e sem entender o porquê daquela atitude”, desabafa.
O projeto visa subsidiar alimentos, vacinas e atendimento veterinário para os 40 animais que estão sob os cuidados de Maria. E para promover a arrecadação de doações, foram elaboradas algumas ações, como por exemplo a distribuição de caixinhas para troco solidário espalhadas em algumas empresas do comércio local. Outra forma que além de gerar uma renda de apoio a causa animal, e que também coopera com o meio ambiente, é a venda de tampinhas de garrafas pet. “Distribuímos alguns coletores pelo bairro, com o intuito de juntar tampinhas mensalmente. O quilo da tampinha plástica varia em torno de R$1,50, enquanto o pacote de ração custa em média R$ 90,00”, ressalta Deise. De momento a adesão ao projeto está acontecendo de forma ainda tímida,mas os alunos seguem motivados e decididos a atuar.
Quem desejar cooperar com o projeto, pode ligar para o número 48 9994-1117 Maria Teixeira, ou procurar a Escola José Rosso para realizar doações.
