Política

Setembro Dourado: Câmara de Criciúma abraça a Casa Guido na conscientização do diagnóstico precoce


Identificação inicial dá a chance de 80% de cura, além de amenizar e diminuir os custos do tratamento

A importância do diagnóstico precoce e a relevância do trabalho da Casa Guido pautaram a Tribuna Livre da Câmara de Vereadores de Criciúma com destaque ao Setembro Dourado, data já instituída no calendário oficial do município. A pedido do vereador Paulo Ferrarezi (MDB), proponente de uma Audiência Pública no ano passado, que foi convertida na fixação do Setembro Dourado em Criciúma, estiveram em plenário a coordenadora de projetos sociais e captadora de recursos da Casa Guido, Viviane Hoffman Garcia, e o coordenador do projeto acerca do diagnóstico precoce infantojuvenil, Schneider Neves.

Eles ressaltaram que o próximo mês será marcado por uma série de ações envolvendo o tema, incluindo com parcerias envolvendo o poder público, e agradeceram o apoio e espaço cedidos pela Câmara para explanar sobre o tema. Viviane e Schneider também falaram sobre a Lei 14.308, sancionada em março deste ano, que institui a Política Nacional de Atenção à Oncologia Pediátrica, que aborda sobre o cuidado integral com crianças e adolescentes com câncer.

A Casa Guido atende atualmente 65 pacientes, estes, moradores de 21 municípios do Sul catarinense, mas abraça toda a região do Sul, de Passo de Torres a Imbituba, oferecendo todo o suporte necessário aos pequenos pacientes e também a seus familiares. Os convidados da Tribuna Livre apresentaram ainda as despesas, sendo o medicamento a principal delas: mais de R$ 116 mil. Apesar de atender Amesc, Amrec e Amurel, a Casa recebe somente um convênio da Prefeitura de Criciúma, de R$ 6 mil.

Preocupada com a situação da Casa Guido, a presidente do Legislativo, Roseli De Lucca Pizzolo (PSDB), em nome de todos os vereadores, levantou a necessidade de ampliar a discussão, em uma Audiência Pública, com as casas legislativas de outros municípios, secretarias de saúde e de assistência social, e demais envolvidos, sobre a possibilidade de aporte financeiro. “Desses municípios também auxiliarem, pois a Casa Guido abraça toda a região. Essa seria uma das contribuições da Câmara de Vereadores para o Setembro Dourado. Quem sabe uma luz no fim do túnel para ajudar a Casa Guido”, colocou a presidente da Casa.

Sobre o diagnóstico precoce

Sobre o diagnóstico, Viviane ressaltou que a maior dificuldade é na identificação dos sintomas que são facilmente confundidos com doenças da infância. “E precisamos abordar várias frentes. É uma febre de alguns dias, uma dor na perna que pode ser confundida com a dor de crescimento. São muito sutis. E aí o que a gente precisa é de um grito desesperador. O alerta do professor, dos pais, do profissional de saúde, do médico que, não somente deve olhar, mas enxergar o paciente. Precisamos levar essas informações a toda população”, realçou. Exemplos de pacientes que foram diagnosticados de forma precoce também foram exibidos no plenário.

Schneider lembrou que o diagnóstico precoce dá a chance de 80% de cura, além de amenizar e diminuir os custos do tratamento, não somente os da Casa, mas dos cofres públicos da saúde.

“Nossos atuais pacientes passam por um tratamento bastante agressivo. Se trabalharmos com a divulgação do diagnóstico precoce nós podemos chegar a essa porcentagem de cura. O câncer infantil existe de verdade e é sobre isso que temos que ter essa conscientização: o câncer infantil e o adulto são bem diferentes. Temos medo quando ouvimos essa palavra (câncer), ainda mais o infantil, mas ele existe e nós podemos fazer algo muito maior enquanto a isso”, apontou, acrescentando que, em pessoas com idade entre um a 19 anos, o câncer é o pioneiro em morte infantojuvenil em relação a outras doenças e até casos de acidentes. “Ou seja, o câncer é o pioneiro da mortalidade infantil”, emendou.

Viviane também salientou sobre a luta envolvendo a disponibilidade de leitos de UTI oncopediátrica, contando a história de uma paciente que veio a óbito exatamente no Dia das Crianças por falta de leito. “E é isso que a gente não quer mais que aconteça. A gente precisa de apoio? Sim. A gente quer um leito no momento que precisar, a gente quer atenção. Que olhem para as crianças, para os adolescentes, que enxerguem eles. Criança não mente. Se ela falou que está com algum sintoma, olhe, dê atenção, é verdade. O nosso grito em relação ao Setembro Dourado é esse. Prestem atenção nas nossas crianças, nos nossos adolescentes. Que todos os municípios tenham essa consciência, participando e levantando essa bandeira juntos conosco. Só temos a agradecer à Câmara e ficamos muito felizes em ter a certeza de que não estamos sozinhos nessa”, finalizou.

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