ColunistasLúcio Vânio Moraes

Jornalista Durval Mattos e padre Antônio Luiz Dias na construção do Hospital “Bom Pastor”

Este texto é continuidade sobre a história da construção do Hospital “Bom Pastor”, município de Araranguá-SC, no período de 1926 até 1928. O texto desta semana tem como objetivo apresentar as mobilizações do jornalista Durval Mattos e do padre Antônio Luiz Dias para a construção do Hospital “Bom Pastor”.

Como já dito em outros textos, ter um hospital no município nesse período era necessário. Por isso, ainda que existindo alguns repasses de verbas da administração municipal e estadual para a construção do hospital, houve empresas e grupos de pessoas que sentiam a necessidade de contribuir voluntariamente com recursos econômicos para acelerar a construção. Assim, um dos comerciantes que possuía objetivos de investir nesse empreendimento, foi o diretor proprietário do jornal A Verdade de Araranguá, Durval Mattos. Importa salientar que existiam forte aproximações entre o jornalista Durval Mattos e o padre Antônio Luiz Dias, onde se compreende os motivos que levou Durval Mattos a acampar a ideia da construção do hospital “Bom Pastor”.

Além de veicular notícias sobre os andamentos do hospital, o diretor incentivava a população a apoiar a ideia da construção. Durval Mattos reverteu primeiramente 10% de cada assinatura do jornal à construção do hospital. Contudo, ao perceber que o valor era insuficiente, resolveu doar todo o dinheiro das pessoas que assinavam o jornal de algumas cidades vizinhas de Araranguá.

Segundo ele, “os estatutos da sociedade que mantem esta folha, manda dar ao Hospital desta cidade, que acha-se em construçção (sic), 10% das vendas liquidas da mesma, porem, o gerente deste jornal, achando que ésta (sic) porcentagem fora insignificante, resolveu dispensar em benefício do mesmo hospital, à parte que lhe coube em assignaturas (sic) à cobrar, das seguintes localidades: Cresciuma (sic), Tubarão, Orleans, Florianópolis, Ouro Verde e Lages. Por isso, pedimos a todos os srs. dessas localidades que estão em atraso com esta folha, o obséquio de entenderem com à Diretoria do Hospital Bom Pastor nesta cidade.” (Jornal A Verdade. Araranguá, 20/8/1929, p. 1, n. 32, ano 2. Arquivo Centro Histórico Cultural de Araranguá/SC).

Verifiquei também no livro Tombo da Paróquia de Araranguá que o pároco Antônio Luiz Dias elaborou uma campanha de maio a setembro de 1927, em todas as capelas em Araranguá para a construção do hospital. Nessa campanha, pediam-se todos os materiais necessários para a construção, como tijolos, ferragens, cimento, areia, pregos, telhas e outros. Quem não podia ajudar com os materiais, contribuía com uma oferta em dinheiro e até mesmo fazendo doações em animais e outros alimentos, como peru, porcos, bois, galinhas, ovos, sacos de farinha e outros, que, ao serem vendidos, reverteriam em fundos para a construção. (Livro Tombo da Paróquia de Araranguá, 1927. Tomo I, p. 5 v e 6.).

 

Palavras- chave: Hospital; Igreja Católica; Política.

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