ColunistasLúcio Vânio Moraes

Padre Antônio Luiz Dias é nomeado como chefe da saúde no Hospital “Bom Pastor” de Araranguá em 1931

O término da construção do primeiro hospital “Bom Pastor” em Araranguá/SC, ocorreu em 1931, que passou a atender à população apenas com medicações para algumas enfermidades mais comuns na região. Pela ausência de médicos, o hospital funcionou como uma espécie de posto de saúde, com auxiliares na área de enfermagem que receitavam algumas medicações.

O pároco Antônio Luiz Dias, por ter conhecimento popular com plantas medicinais, e também por ser uma autoridade religiosa que gozava de muitos prestígios na cidade, foi nomeado pelo interventor municipal, Israel Fernandes (1930 até 1935), como chefe da saúde no hospital em 1931 e também eleito para a função de conselheiro na cidade. (Livro de Registros da Prefeitura de Araranguá. Ata de nomeação do padre Antônio Luiz Dias como chefe de saúde do Hospital Bom Pastor, 1931. Arquivo da Prefeitura Municipal de Araranguá).

Com a função de chefe da saúde, o pároco distribuía medicamentos em suas visitas pastorais que realizava às capelas de Araranguá. Na mesma visita às capelas, rezava missas, realizava batizados, casamentos, visitava idosos, enfermos e fazia as confissões. Esse projeto de evangelização do pároco em Araranguá, de atender à população nas questões espirituais, como também nas necessidades físicas (saúde), fazia com que fosse reconhecido como um bom pastor de ovelhas e gozasse do respeito e do carinho da população, principalmente por aquelas pessoas mais assistidas por ele.

Em início de 1934, muitos moradores dos distritos de Araranguá foram atacados pela anemia produzida pelo ancilóstomo, vulgarmente chamada amarelão ou opilação, e a prefeitura de Araranguá autorizou o fornecimento de medicamentos a todos os infectados. O trabalho desenvolvido pelo pároco foi tão eficiente que, em apenas dez dias, os infectados pelo amarelão foram curados. As notícias do pároco Antônio Luiz Dias se espalharam rapidamente como um benfeitor da população araranguaense. (Livro Tombo da paróquia de Araranguá. Tomo I, p. 6v.).

Com o passar dos anos, o hospital Bom Pastor não conseguia mais atender às necessidades da população araranguaense em razão do aumento populacional. Assim, somente após dezoito anos, o poder público municipal de Araranguá, em virtude das solicitações da população, viu-se na responsabilidade da ampliação do hospital. Foi em fins de 1948, no primeiro mandato de Afonso Ghizzo (1947-1951), que se deu início à construção de um novo hospital.

 

Palavras- chave: Padre Antônio Luiz Dias; Chefe da saúde; Memória da saúde em Araranguá.

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