ColunistasLúcio Vânio Moraes

Influências de Frei Eusébio Ferreto na Escola Mista Desdobrada de Morretes em 1959

Frei Eusébio Ferreto, pároco de Maracajá, teve muita influência na escola Mista Desdobrada de Morretes (1959). Por ser pároco, possuía autoridade em suas palavras, conseguia ser ouvido. Nesse sentido, o que ele pedisse às professoras era como uma ordem que deveria ser executada, pois “foi o padre que pediu”. Assim, em seu convívio com os professores, pedia para que elas lecionassem na sala de aula a catequese, como uma preparação para a primeira comunhão. Por tais motivos, na memória dos estudantes e professores desse período é bastante visível o imaginário católico, como as rezas na entrada e saída da sala de aula, os estudos dos símbolos católicos como a Páscoa, o Natal e outras ocasiões. Dona Amélia Duarte lembra que o frei Eusébio vinha na escola e conversava com nós de forma educada, pedia para nós ensinarmos para os alunos assuntos da catequese, era a religião católica. Então, tinha que ensinar a reza do Pai Nosso, a Ave Maria, Creio em Deus Pai, sobre o céu, o inferno. Era ensinado o catecismo, um livro que tinha tudo sobre a Igreja Católica. (Amélia Duarte. Entrevista concedida a Lúcio Vânio Moraes em 22/3/2008).

Nas lembranças de dona Augusta, professora também dessa escola, a presença do frei na escola ou estando em casa representava respeito por parte dos estudantes e maior exigência para os professores. Existia uma determinada preocupação, principalmente pelos professores, em manter o controle da classe para impedir bagunças e barulho, para que o frei não viesse a imaginar que os professores não estivessem dominando a classe. Além disso, buscava-se a disciplina e o silêncio para que o frei tivesse descanso, sem as gritarias e tumultos dos estudantes. Dona Augusta lembra de uma situação em que estava lecionando e repreendeu um estudante. Frei Eusébio estava em casa e escutou. Como forma de ajudar a professora, o frei contribuiu ao aconselhar o estudante. Eu sempre tive isso, de trabalhar próximo de pessoas com autoridade.

Na escola Manoel Gomes Baltazar, eu já trabalhava com os alunos em uma sala bem próximo do gabinete da diretora, irmã Leonis. Ela já me pôs ali porque eu conseguia ter disciplina na turma. Na escola Mista de Morretes, eu lecionava ao lado da casa onde parava o frei Eusébio. A escola era aqui e, ao lado, a janela do padre. Um dia eu fiz uma repreensão a uma criança e ele estava em casa. Ele escutou e, quando foi no recreio, o frei Eusébio foi conversar com o aluno: “Criança, respeite a professora, procure se comportar mais”. Ele me ajudou a repreender o aluno. A casa do padre era boa. Essa casa foi feita para as reuniões da congregação dos marianos. Depois, serviu de casa do padre frei Eusébio. (Augusta Martinello Scarduelli. Entrevista concedida a Lúcio Vânio Moraes em 15/3/2008).

Palavras- chave: Frei Eusébio Ferreto. Educação. Imaginário.

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