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Criciúma estrutura resposta integrada à esporotricose e amplia ações de prevenção

Governo Municipal intensifica monitoramento, tratamento e combate à zoonose em humanos e animais

O Governo de Criciúma, por meio da Secretaria Municipal de Saúde e da Vigilância Epidemiológica, desenvolveu o Plano de Contingência para Esporotricose, reunindo diretrizes, fluxos, responsabilidades e um canal exclusivo de comunicação para garantir ações emergenciais de prevenção, vigilância, diagnóstico, tratamento e controle da zoonose. Causada por fungos e transmitida principalmente por gatos, a doença também afeta humanos e exige resposta rápida e integrada.

 

O plano articula unidades da Secretaria Municipal de Saúde, do Núcleo de Bem-Estar Animal (Nubea), Vigilância Epidemiológica, Vigilância Sanitária e Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), padronizando condutas para mitigar e conter a transmissão. O secretário de Saúde, Deivid Freitas Floriano, reforça a importância da mobilização imediata perante o aumento de notificações registradas no município.

 

“Diante dos sinais de alerta, organizamos uma resposta rápida, técnica e responsável. Nosso compromisso é proteger a população, garantir cuidado adequado aos animais e assegurar que cada caso seja acompanhado com rigor, atenção e informação de qualidade”, destaca.

 

Nos últimos 12 meses, Criciúma registrou sete casos confirmados em gatos e dois em humanos – um homem de 26 anos já recuperado e uma mulher de 60 anos em tratamento. As ocorrências em felinos se concentraram nos bairros São Luiz, Fábio Silva, Nova Esperança, Rio Maina e Santa Luzia.

 

O secretário de Saúde também explica que o Município segue rigorosamente os protocolos estaduais. “Estamos atuando conforme as diretrizes do Estado e reforçando a orientação à população. Nossos agentes de endemias estão nas ruas realizando busca ativa, especialmente em áreas com registros recentes”, declara.

 

Entre as estratégias emergenciais, a Administração Municipal, via Secretaria de Saúde, passou a disponibilizar gratuitamente as medicações necessárias para o tratamento de animais diagnosticados com esporotricose, tanto para tutores de gatos domésticos, como para o Centro de Zoonoses, responsável pelo gerenciamento dos animais de rua infectados.

 

Floriano pontua que o tratamento em humanos e animais, por ser antifúngico, é longo e exige acompanhamento contínuo. “Uma das ações do plano é garantir o acesso imediato aos insumos medicamentosos. O tratamento em um dos pacientes com o caso notificado pela Secretaria já foi concluído com cura, e nosso foco agora é impedir novos contágios e intensificar o cuidado aos animais”, ressalta.

 

O que fazer em caso de suspeita

 

De acordo com a gerente de Vigilância em Saúde e coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Criciúma, Andréa Goulart de Oliveira, nos casos suspeitos de animais são realizadas coletas pela médica veterinária do CCZ e encaminhadas ao Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen/SC), em Florianópolis, para que sejam confirmados. Já sobre suspeitas em humanos, o setor de Investigação\Agravos da Vigilância Epidemiológica orienta os pacientes e as Unidades Básicas de Saúde, além de, também, encaminhar as amostras ao Lacen/SC.

 

“Nos casos suspeitos em animais, deve ser procurado um veterinário de confiança ou o nosso Centro de Zoonoses, que farão as devidas notificações e encaminhamentos, como isolamento e medicação. No caso dos humanos, caso haja uma suspeita, a pessoa deve procurar uma das nossas Unidades de Saúde, que já estão orientadas a fazer as devidas notificações, e os médicos também estão habilitados sobre o devido tratamento”, pontua Andréa.

 

Atualmente, 15 agentes de endemias atuam exclusivamente na resposta à esporotricose, realizando busca ativa, visitas, triagem de tutores e aplicação imediata do Plano de Contingência, inclusive iniciando o tratamento de animais com suspeita – antes mesmo da chegada do laudo do Lacen/SC.

 

“A doença é pouco conhecida e muitas vezes as pessoas demoram a buscar ajuda. Por se tratar de um fungo, o tratamento é demorado e precisa ser seguido corretamente até o fim para que não haja resistência aos medicamentos e acabe se tornando incurável. Sendo assim, com o fornecimento gratuito das medicações, acreditamos que teremos mais êxito nos tratamentos”, completa o secretário de Saúde.

 

Canal de comunicação pelo WhatsApp

 

Como parte das ações do Plano de Contingência, a Secretaria de Saúde de Criciúma disponibiliza um canal de comunicação oficial e exclusivo via WhatsApp, pelo telefone (48) 99164-5295. A iniciativa tem como objetivo agilizar o acompanhamento de casos suspeitos de esporotricose. Para isso, tanto tutores, como a população em geral que identificarem sinais da doença em gatos devem enviar uma foto do animal com sua localização ou endereço.

 

De acordo com o secretário de Saúde, as informações recebidas são analisadas por uma Médica Veterinária. A rápida identificação dos casos permite agilizar a coleta de material e garantir o início do tratamento adequado para os animais.

 

“A Vigilância Epidemiológica e o Centro de Zoonoses estão realizando buscas constantes. Por esse motivo, disponibilizamos esse meio de comunicação direto, para auxiliar na identificação correta e assertiva, permitindo que as nossas equipes se desloquem ao local para realizar a busca ativa. Atualmente, a área com maior concentração de casos em felinos é a região da Grande Santa Luzia, onde o Centro de Zoonoses e a Vigilância Epidemiológica estão focados para orientação à população, combatendo a desinformação”, assegura Floriano.

 

O que é a esporotricose?

 

A esporotricose é uma infecção causada pelo fungo Sporothrix schenckii. É conhecida popularmente como “doença da roseira” porque muitas infecções acontecem por meio do contato com solo, plantas ou matéria orgânica infectada, após arranhões ou ferimentos com espinhos, madeira ou solo contaminado – sendo muito comum em jardineiros e agricultores.

 

Nos últimos anos, no entanto, a doença se tornou mais conhecida devido à transmissão por gatos, especialmente em regiões urbanas. No caso dos felinos, a esporotricose pode ser transmitida através de arranhões, mordidas ou secreções de gatos infectados.

 

Os sintomas em humanos são lesões avermelhadas no local da entrada do fungo, evoluindo para um pequeno nódulo endurecido que pode ulcerar e formar feridas que não cicatrizam. Nos humanos, geralmente aparece nos braços, mãos ou pernas, com sintomas iniciais que podem agravar com o tempo e falta de tratamento. E os sintomas em gatos costumam ser confundidos com pequenos ferimentos e arranhões, mas ao longo da exposição podem evoluir para feridas profundas no rosto, focinho e membros.

 

Prevenção e tratamento

 

A prevenção leva em conta o uso de luvas ao manusear plantas e solo, assim como evitar contato com secreções de gatos suspeitos. A esporotricose tem cura e o tratamento é eficaz se seguido corretamente, pois uma infecção fúngica é de difícil tratamento, levando em média de três a seis meses. O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza tratamento gratuito e especializado, com acompanhamento ao longo da interação medicamentosa.

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