Saúde

Inimigo silencioso na pandemia: 50% dos diabéticos desconhecem diagnóstico da doença

O aposentado Jarbas da Silva Motta, 69 anos, passou as festas de fim de ano na UTI, em Curitiba (PR), devido às complicações da Covid-19 causadas pela diabetes, obesidade e hipertensão. Foram 37 dias de internação. Já o professor de química, Robert Gessner Junior, 31 anos, estava acima do peso e pré-diabético quando contraiu o vírus. A saúde dele ficou tão debilitada, que os médicos precisaram recorrer ao tratamento da ECMO (oxigenação por membrana extracorpórea) para salvar sua vida.

Alguns estudos sugerem que pacientes com diabetes apresentam risco duas vezes maior de agravamento ou morte pelo coronavírus, devido ao excesso de glicose no sangue e à tendência de inflamação, que impede que o corpo responda de forma adequada a infecções por vírus e bactérias.

 

“Não temos nenhum estudo que fale que os riscos da pré-diabetes também contribuem para agravamento da Covid-19, mas como os casos da diabetes tipo 2 normalmente estão associados ao sobrepeso e à falta de exercícios, as chances do paciente evoluir para um quadro mais grave são maiores”, afirma o cardiologista do Hospital Marcelino Champagnat, Gustavo Lenci.

Vacinas

A  possibilidade maior de agravamento da Covid-19 em diabéticos fez com que esse grupo fosse incluído pelo Ministério da Saúde entre os públicos prioritários para a vacinação. Só em Curitiba, mais de 140 mil pessoas estão recebendo a vacina por ter diabetes.

Dos mais de 16,8 milhões de brasileiros que são diabéticos, 99% têm o tipo 2, que pode ser controlado com hábitos de alimentação mais saudáveis e atividade física diária, além de medicamentos, quando indicados. E os riscos se tornam maiores porque estimativas apontam que metade dessas pessoas desconhecem a doença.  Além disso, outros 40 milhões de brasileiros têm pré-diabetes.

Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, quando os níveis de açúcar no sangue estão controlados, os riscos de agravamento da Covid-19 diminuem consideravelmente. Por isso, é importante ficar atento a sinais como sede excessiva, vontade constante de urinar, visão turva, cansaço e fadiga. “O corpo produz insulina para suprir um determinado peso e, quando a pessoa é obesa, a quantidade produzida pelo pâncreas acaba não sendo suficiente. Por isso, o controle do peso e a atividade física são tão importantes para o cuidado com a doença”, explica o médico.

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