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Maracajá: Dona Maria Rosa de Souza: história de luta e coragem

A presente coluna é o texto biográfico e têm como objetivo socializar fotografia e a história de vida de dona Maria Rosa de Souza, carinhosamente conhecida como “Maria Pretinha”. O texto biográfico é resultado das pesquisas que desenvolvi com dona Maria durante a trajetória acadêmica no Curso de História, Mestrado em Educação e Doutorado em História Cultural. Na época que realizei as pesquisas a dona Maria estava com 84 anos de idade.

Dona Maria Rosa de Souza era natural de Meleiro. Nasceu na casa dos seus pais com ajuda de uma parteira no dia 09 de outubro de 1923. Naquele tempo, em virtude das dificuldades econômicas e pela distância dos hospitais, quase todos os partos eram nas residências. Era filha do senhor Estevão de Souza e de Francisca Rosa.

A infância de dona Maria Rosa de Souza é marcada por trabalho e sem frequentar os bancos escolares. Em entrevista sobre as lembranças de sua mãe, dona Maria de Lourde de Souza Albino, disse que “a mãe trabalhou muito na agricultura e nos serviços de casa. Não teve estudos no tempo de criança. A mãe era analfabeta. Só veio a estudar depois que ficou mais velha no tempo do MOBRAL aqui na escola do Eufrásio Avelino Rocha, Vila Beatriz, Maracajá”. (Entrevista concedida a Lúcio Vânio Moraes em 31/8/2022).

Em entrevista, dona Maria Rosa de Souza narrou que veio para Maracajá quando estava com o seus 9 anos de idade e foi acolhida pelo casal dona Maria dos Santos e senhor Artimimo Batista dos Santos. “Eu morei na casa desse casal, os pais do Léo. Fui muito bem cuidada e tratada por eles por muitos anos. Na casa deles eu limpava a casa e algumas vezes também trabalhava na agricultura. Na casa deles eu fiquei até minha mocidade. Tenho muito a agradecer eles e os filhos que gostavam muito de mim. Todos eles muito queridos”. (Entrevista concedida a Lúcio Vânio Moraes no dia 25/1/2007).

Registro de Lúcio Vânio Moraes no dia 25 de janeiro de 2007, na residência de dona Maria Pretinha, 84 anos.

No tempo de mocidade a dona Maria Rosa de Souza conheceu seu namorado e futuro esposo, o senhor Manoel Sipriano de Souza. Por volta dos anos de 1945, o senhor Manoel e dona Maria casaram-se e construíram lindo lar. Desse enlace matrimonial nasceram 15 filhos, sendo que 4 vieram a óbito recém-nascidos.

Por volta dos anos de 1977 quando estava com 54 anos de idade, dona Maria Rosa de Souza teve uma mudança religiosa e acabou fazendo parte da Igreja Evangélica Assembleia de Deus no centro da cidade de Maracajá. No início de sua conversão, teve muitas resistências por parte dos familiares e amigos católicos. “No início mesmo, tive muitas críticas por deixar a Igreja Católica e me tornar evangelista. Meu Deus! Eles diziam que eu tinha feito grande pecado em negar o batismo da Igreja. Mas eu fui forte e sempre respeitei a todos! Não ligava pelo que eles me diziam”. (Entrevista concedida a Lúcio Vânio Moraes no dia 25/1/2007).

Dona Maria Rosa de Souza era muito conhecida pelo seu envolvimento com as questões da religiosidade evangélica em Maracajá, como também por ter seus filhos e netos envolvidos com o canto, a música e o domínio dos instrumentos musicais. Dentre os filhos com envolvimento na música evangélica, destaca-se o cantor e compositor Pedro de Souza. Destaca-se ainda na parte da evangelização, o neto Flaviano Albino de Souza, que hoje é pastor missionário da Igreja Evangélica Assembleia de Deus na cidade.

Dona Maria Rosa de Souza era uma pessoa muito querida, atenciosa, humilde e com um imenso coração. Faleceu no dia 29 de janeiro do ano de 2018, com ataque cardíaco aos 94 anos de idade.

Palavras-Chave: Biografia. História, Campos da História.

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