alcoólicas ou refrigerantes e, assim, ter outro fator de risco, a obesidade”, frisa o especialista.
A obesidade é a raiz de outras doenças. “Por meio dela, podem surgir problemas ortopédicos, artroses, desgastes, dores musculares, hérnias de disco, alterações no colesterol, aumento da pressão arterial, alteração da glicemia, diabetes tipo 2, maior risco de trombose, embolia, infarto e AVCs. Além de piorar a autoestima e do quadro emocional do indivíduo”, pontua.
Aliado a isso, ainda existe o preconceito estabelecido em relação ao uso de medicações antidepressivas, ansiolíticas e para controle da obesidade, que podem gerar dependência, afetar o organismo ou fazer mal. “A crença de que essas substâncias devem ser usadas por um período de tempo limitado, sendo isso sinônimo de ‘cura’ da doença, estimulam o paciente a interromper o tratamento. A falta das medicações pode desestabilizar o problema do paciente e, eventualmente, levar ao quadro depressivo mais grave”, acrescenta.
Tratamento contínuo
André ressalta que muitos familiares e amigos, além da sociedade como um todo, ainda não entendem que doenças crônicas requerem tratamentos diferenciados que, provavelmente, irão durar até o fim da vida. “Se, por exemplo, falta hormônio da tireóide, é mandatório repô-lo, se falta cortisol, hormônio da glândula adrenal, deve-se repô-lo imediatamente, sob risco de morte, mas quando se fala de obesidade e neuro hormônios, a situação se inverte e o medicamento passa a ser visto como algo que gera dependência e que faz mal. Uma pessoa com níveis baixos de serotonina, um neuro hormônio associado a sensação de felicidade, necessita também de medicação que normalize esses níveis para manter a saúde psíquica das pessoas. Ninguém fica viciado em insulina ou em hormônio da tireoide, usa-se porque é necessário a vida”, finaliza André.