Governo de Santa Catarina lança campanha de prevenção à dengue
Para prevenir o agravamento do avanço da dengue em Santa Catarina, o Governo do Estado lançou a primeira campanha de publicidade deste ano. Como o tema é de saúde pública e afeta todos os catarinenses, foram produzidas publicações que estão sendo veiculadas desde o último sábado, 18, nas redes sociais e emissoras de rádio e TV, de forma a impactar toda a população.
A ação integrada faz parte da estratégia da Secretaria de Estado da Comunicação em não só prestar contas do trabalho de Governo, mas também orientar com serviços a população do estado.
“A dengue é um problema de saúde pública, e é papel do Estado prestar esse serviço de orientação. O cidadão catarinense precisa saber o que fazer em casa para ajudar a frear o avanço da dengue em Santa Catarina”, frisou o governador Jorginho Mello.
Maior incidência é na Grande Florianópolis
Santa Catarina registra 339 casos de dengue em 2023 e o número acende um alerta sobre os cuidados e prevenção contra a doença. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, por meio da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive), a maior incidência está na região da Grande Florianópolis, que concentra aproximadamente 81% (216) dos casos autóctones de todo o estado (266). Só no ano passado foi registrado o recorde de casos confirmados da doença: 83.276, com 90 óbitos
“Queremos conscientizar a nossa população sobre o combate ao Aedes aegypti. É essencial que cada pessoa faça a sua parte. Cuidar das nossas casas, do nosso ambiente de trabalho e das estruturas públicas. A responsabilidade é de todos. Precisamos ficar atentos e eliminar os possíveis focos da doença, todo dia é dia de combate à dengue”, enfatiza a secretária de Estado da Saúde, Carmen Zanotto.
“Os dados nos mostram que já estamos no período de sazonalidade de transmissão da dengue, ou seja, período em que os casos confirmados começam a aumentar devido às condições climáticas favoráveis a reprodução do mosquito, com temperaturas altas e aumento de chuvas”, explica Fábio Gaudenzi, superintendente de Vigilância em Saúde de SC.
Aumenta o número de focos em relação ao mesmo período de 2022
No total, 143 municípios catarinenses estão infestados pelo mosquito Aedes aegypti, transmissor de três doenças: dengue, zika vírus e chikungunya. Esse dado representa um incremento de 21% em relação ao mesmo período de 2022, que registrou 118 municípios nessa condição. “Para saber o risco de transmissão da dengue, olhamos para a quantidade de municípios infestados. Isso nos indica onde está o mosquito e, atualmente, ele está disseminado pelo estado. Ele não vem de fora. Então, os cuidados básicos de prevenção precisam ser constantes, ao longo de todo ano e reforçados especialmente neste momento de transmissão da doença”, alerta João
Augusto Brancher Fuck, diretor da Dive.
Santa Catarina vem passando por uma mudança no perfil entomológico relacionado à presença do Aedes aegypti, com a disseminação e manutenção do mosquito no território. Esta condição tem contribuído para a transmissão do vírus da dengue. Epidemias de dengue já foram registradas em 2015, 2016, 2019, 2020, 2021 e 2022.
A prevenção da dengue depende de uma ação conjunta entre o poder público e a população. Manter os cuidados básicos, ou seja, eliminar os locais que possam acumular água ainda é a melhor maneira de prevenir as doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. Descartar corretamente o lixo, manter piscinas e calhas limpas, não acumular entulho, são atitudes que precisam virar rotina. Não esquecer também os objetos maiores, como as caixas d’água, que precisam ser tampadas.
Este ano ja foram encontrados 186 focos do mosquito da dengue na Amesc e Amrec
Conforme relatório do Programa de Controle de Dengue, da Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina – Dive, que é atualizado quinzenalmente, na Associação dos Municípios da Região Carbonífera – AMREC, e na Associação dos Municípios do Extremo Sul Catarinense – Amesc, neste ano, foram encontrados 186 focos do mosquito Aedes aegypti.
Na Amrec, foram encontrados 14 focos, sendo 1 em Lauro Muller, 3 em Orleans, 4 em Içara e 6 em Criciúma.
Na Amesc, foram encontrados 172 focos, sendo 1 em Maracajá, 1 em Santa Rosa do Sul, 2 no Balneário Arroio do Silva, 2 em Jacinto Machado, 2 em Praia Grande, 4 em Araranguá, 12 em Passo de Torres, 20 no Balneário Gaivota e 128 em Sombrio.
Segundo a coordenadora do Centro de Controle de Zoonoses e do Programa de Combate a Dengue em Criciúma, Simone Cristina da Cruz, os cuidados devem ser mantidos durante o ano todo.
“No ano passado registramos 43 focos do mosquito, com maior incidência nos bairros Quarta Linha, Prosperar, Nossa Senhora da Salete, Verdinho, Jardim Maristela Ceará, Imigrantes, São Luiz, Cristo Redentor, Michel, Centro, Vila Maria e Dagostim”, revela.
Dengue
É uma doença infecciosa febril causada por um arbovírus, sendo um dos principais problemas de saúde pública no mundo. Ela é transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti infectada. Os sintomas da dengue são: febre, cefaleia, mialgias, artralgias, dor retro-orbital. Podem ocorrer, também, náuseas, vômitos e manchas vermelhas na pele. Em algumas pessoas, a doença pode evoluir para formas graves, apresentando manifestações hemorrágicas.
No entanto, a infecção por dengue pode ser assintomática (sem sintomas), apresentar quadro leve, sinais de alarme e de gravidade. Normalmente, a primeira manifestação da dengue é a febre alta (>38°C), de início abrupto, que geralmente dura de 2 a 7 dias, acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, além de prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, e manchas vermelhas na pele.
Também podem acontecer erupções e coceira na pele. Os sinais de alarme são assim chamados por sinalizarem o extravasamento de plasma e/ou hemorragias que podem levar o paciente a choque grave e óbito. A forma grave da doença inclui dor abdominal intensa e contínua, náuseas, vômitos persistentes e sangramento de mucosas.
A recomendação é para as pessoas que estiveram, nos últimos 14 dias, numa cidade com presença do Aedes aegypti ou com transmissão da dengue e apresentarem os sintomas citados devem procurar uma unidade de saúde para avaliação.