Saúde

Yoga e cultura do alongamento: prática inadequada pode destruir articulações, diz especialista

 

David Gusmão, especialista em tratamentos do quadril, dá dicas de como praticar alongamentos sem colocar em risco a saúde do quadril.

Os alongamentos são práticas recomendadas para manter a saúde física e mental. Porém, se não realizados de maneira adequada, o que era para trazer benefícios pode acabar gerando prejuízos para o quadril. “Existem circunstâncias que o alongamento pode agredir significativamente as articulações”, afirma o médico ortopedista especialista em tratamentos do quadril, Dr. David Gusmão.

De acordo com o Dr. Gusmão, para realizar um alongamento deve-se considerar primeiramente músculos e tendões e, em um nível secundário, pode-se alongar a cápsula articular de uma articulação. “Existem pessoas que foram rotuladas como sendo muito ‘duras’. Isso é um rótulo muito errado, pois existem pessoas que, por conta do formato de uma articulação, não conseguem realizar determinado movimento”, explica.

O conhecido alongamento de puxar o joelho contra o tronco e levar o joelho para o lado oposto, ou, o alongamento do tipo “borboleta”, são bons exemplos de ações que podem ser prejudiciais ao quadril se não realizadas de modo adequado e respeitando as limitações de cada corpo. “Se você notar que há um bloqueio na articulação, não force antes de fazer uma avaliação. Forçar pode causar danos articulares na cartilagem de forma irreversível, principalmente quando há diferença de capacidade de alongamento de um quadril para o outro”, alerta o especialista.

O médico chama atenção ainda para a repetição de lesões a longo prazo, que pode gerar situações que só poderão ser corrigidas por meio de intervenção cirúrgica.

Pessoas com hipermobilidade ou frouxidão ligamentar também estão no grupo de risco para problemas articulares no quadril. “Quando a pessoa nem sente a musculatura alongar, se ela começar a fazer alongamentos excessivos, ela vai além do limite da articulação. Então, mesmo tendo uma articulação de formato normal, ela pode estar machucando o quadril, pois a amplitude do movimento está sendo além da capacidade fisiológica da articulação”, explica o Dr. David Gusmão.

Sobre o Dr. David Gusmão

Formado em Medicina pela PUC-RS, Dr. David Gusmão carrega no sangue a paixão e a tradição pela medicina e ortopedia. Membro de uma família com muitos profissionais desta área, cresceu acompanhando os parentes em treinamentos e cirurgias, o que despertou uma grande paixão pela profissão.

Para se ter ideia, Dr. Gusmão acompanhou a primeira cirurgia de um paciente quando tinha 11 anos de idade. Aos 14, já acompanhava o pai em congressos e seminários sobre o assunto.

Após a graduação, fez a residência na Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre e fez especialização em quadril em Curitiba, na Inglaterra (Oxford e Exeter – no Princess Elizabeth Orthopaedic Centre) e na Itália, (em Bologna – no Instituto Rizzoli).

Dr. Gusmão também cursou parte do período acadêmico nos Estados Unidos, mais precisamente no Jackson Memorial Hospital e no Dorctor’s Hospital em Miami, que são duas instituições referências em medicina esportiva e ortopedia. Naquela época, mesmo sendo estudante, realizou treinamento de cirurgias de video em joelho, ombro e tornozelo.

Foi um dos primeiros brasileiros a fazer o treinamento em artroscopia de quadril e começar esse procedimento no Brasil imediatamente. Hoje é referência no assunto em todo o Brasil, e possui um o maior canal do tema onde orienta jovens médicos e ajuda milhares de pessoas a compreenderem mais sobre suas doenças e tratamentos disponíveis.

 

Foto: Divulgação / MF Press Global

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