Farmácia Solidária da Unesc retoma suas atividades
Bruna Picolli Marcos, de 24 anos, faz uso contínuo da Desvenlafaxina, um medicamento antidepressivo. O remédio pode ser encontrado por um preço considerado acessível para muitos, mas, para ela, receber de forma gratuita faz toda a diferença e contribui para o seu tratamento. A jovem, que mora em Criciúma, tem o acesso à medicação na Farmácia Solidária da Unesc, que tem 15 anos de atuação, e que retomou suas atividades na segunda-feira (14). Com o slogan “Doar é o melhor remédio”, a Farmácia, criada e mantida na Unesc, proporcionou doações de medicamentos que correspondem a quase R$ 1,4 milhão somente no ano passado e com uma arrecadação equivalente a R$ 2 milhões em medicamentos.
“A Farmácia Solidária para mim é muito importante. Se não fosse por ela, certamente não estaria tomando meu medicamento que é de uso contínuo. Dependendo do mês eu conseguiria comprar, mas em outro não”, comentou Bruna, que conta com os serviços há quase um ano. “Se fosse fazer um cálculo seria em torno de R$ 100 ao mês de gastos com medicação e, somando isso, em um ano daria R$ 1,2 mil”, calculou.
Para ela, o serviço tem papel muito importante para a comunidade, principalmente em medicamentos que não são encontrados nos Postos de Saúde, por exemplo. “Tive um problema na garganta, por exemplo, e eu não consegui todos os medicamentos na Unidade de Saúde. Já na Farmácia Solidária, consegui todos que eu necessitava. Algo que eu não conseguiria comprar naquele momento”, comentou.
Conscientização
A coordenadora da Farmácia Solidária, professora Marília Schutz Borges, destaca o quão ela se torna importante no auxílio para as pessoas que precisam de tratamento, mas que não têm recursos financeiros. Além disso, conforme ela, a Farmácia contribui fazendo com que as pessoas retirem os medicamentos em desuso de suas casas, evitando assim, intoxicações, por exemplo, por automedicação, uso abusivo ou até por erro.
O trabalho desenvolvido na Farmácia Solidária, segundo a professora, é uma forma de conscientizar a população sobre o uso racional de medicamentos e garantir que os remédios que já não podem mais ser utilizados recebam a destinação correta.
“Todos os medicamentos disponibilizados são obtidos por meio de doações da comunidade, profissionais de saúde, indústria farmacêutica e distribuidoras de medicamentos. Qualquer pessoa pode receber o medicamento, desde que faça um cadastro e apresente prescrição médica”, sublinhou Marília.
Humanização
A reitora da Unesc, Luciane Bisognin Ceretta, lembrou que as pessoas que procuram o atendimento, buscam muito mais do que um produto, buscam a acolhida. “A exemplo da Farmácia Solidária, temos outros 200 projetos e todos transformadores por onde passam. Essa é a Unesc que temos, que é de todas as pessoas”, destacou.
A reitora ainda observou que a Unesc é uma Universidade Comunitária, transformadora e que tem na sua missão a formação de excelência contribuindo com o desenvolvimento social, ambiental, econômico e cultural das pessoas que constituem a cidade.
Conforme o delegado Adauto de Souza, um dos precursores do projeto em Criciúma, o exemplo do trabalho desenvolvido e o exemplo que está ofertando para outras cidades. “A Farmácia Solidária está sendo copiada por vários estados. Aqui, unimos a Cruz Vermelha, Unesc, Secretaria Municipal de Saúde e Vigilância Sanitária. Foi uma ótima maneira que encontramos de chegar nos lares das pessoas carentes, ofertando a medicação necessária e adequada”, reforçou o delegado.
“É um dos melhores exemplos de mobilização. Esse projeto está nos seus 15 anos com enorme benefício à população”, concluiu o presidente da Cruz Vermelha filial Criciúma, Almir Fernandes de Souza. O horário de atendimento é de segunda a sexta-feira, das 10 às 11h30 e das 13 às 15h30.