Setembro Amarelo: “Hipnose pode se tornar um aliado no combate a depressão e ansiedade”
Uma das temáticas trabalhadas intensamente a cada ano, pela Organização Mundial de Saúde – OMS, é o Setembro Amarelo. Essa campanha teve início no Brasil em 2015, e visa conscientizar e evitar que pessoas tirem a própria vida, devido a ansiedade, pânico e a depressão, os transtornos emocionais mais recorrentes. Segundo a hipnoterapeuta Michele Kailarim, os transtornos emocionais são disfunções psicológicas que causam muita dor e sofrimento. Por isso, não raras ás vezes, eles vêm acompanhados de sintomas físicos e geralmente estão associados à um quadro de depressão que pode levar muitas pessoas a chegarem ao ponto de tirar a própria vida.
“As nossas atitudes e comportamento vem das emoções, então se mudo a emoção eu mudo o comportamento! A hipnose não vai mudar o que aconteceu com o paciente, mas sim, muda a emoção que ele sente ao lembrar do trauma”, esclarece ela. Conforme a hipnoterapeuta, a hipnose não tem haver com espiritualidade, mas quando nos sentimos bem, automaticamente isso nos traz paz de espírito.
Logo que iniciou a sua atuação como hipnoterapeuta, Michele compreendeu que o segredo para curas e mudanças é trabalhar o inconsciente, visto que agimos e nos comportamos diariamente conduzidos 95% comandados pelo nosso inconsciente, e isso faz com que todos os segmentos da nossa vida sejam afetados. “A hipnose médica é reconhecida e recomendada pela OMS como terapia médica. Nesta linha, o Ministério da Saúde liberou e custeia no Sistema Único de Saúde (SUS), para atendimento a nível ambulatorial por médicos. O profissional de hipnose precisa ser certificado e ter passado pela formação com um professor autorizado pelo instituto no qual se formou”, enfatiza ela.
Maria Laura Pires, relata que encontrou na hipnoterapia o alento para seus dilemas profissionais. “Tem sido um divisor de águas pra mim, já trabalhei e retrabalhei a autoconfiança ao longo da minha vida, buscando técnicas e ferramentas de auto gestão. Tem sido libertador pra mim, e já sinto resultados”, conta a paciente.
A hipnose auxilia problemas derivados do emocional como traumas, arrependimentos, feridas emocionais do passado que precisam ser ressignificadas, curadas e aceitas. Mas, Michele também explica que, há casos de depressão onde o paciente não produz alguns neurotransmissores e por isso precisa fazer a reposição através de medicação. Neste caso, é importante que se faça uma avaliação médica.
Conforme ela, a depressão é uma doença psiquiátrica e crônica. Completamente diferente daquela tristeza que todos nós sentimos de vez em quando. Nos quadros de depressão, a tristeza (que é natural por algo ruim que nos aconteceu), simplesmente não passa. O mal-estar emocional inclusive pode não ter nenhum motivo aparente.
Eduarda Campos, consumia medicamentos para a ansiedade, a após o início do tratamento se encorajou a deixar os remédios. “Hoje não preciso mais de medicamentos pra viver, e tenho certeza que essa experiência está mudando a minha vida”, relata ela.
Mesmo que a depressão, a ansiedade e a síndrome do pânico sejam todos distúrbios de ordem psicológica, eles apresentam características diferentes. “Na verdade, as três condições fazem parte de uma grande variedade de transtornos mentais. A depressão é talvez o mais conhecido exemplo deste tipo de distúrbio”, esclarece a hipnoterapeuta.
Alguns sintomas da depressão incluem: Insônia; Irritabilidade, ansiedade e angústia; Desânimo, fadiga e cansaço fácil; Diminuição ou incapacidade de sentir alegria e prazer; Desinteresse e falta de motivação; Sentimentos de medo e insegurança; Pessimismo, culpa e baixa autoestima; Sensação de inutilidade e fracasso; Diminuição do desejo e dificuldades no desempenho sexual; Perda ou aumento do apetite e do peso; Pensamentos em relação ao suicídio.
Para a hipnoterapeuta, vale lembrar que, a síndrome do pânico é alimentada pelo medo irreal e pela ansiedade súbita, enquanto a depressão existe a partir de um sentimento de tristeza permanente no qual não há mais vontade de viver. Uma das coisas em comum entre as duas doenças é que ambas têm como sintoma principal a negatividade. “Há 10 anos atrás tive síndrome do pânico seguido de ansiedade, e sei bem o que é passar por isso. Qualquer pessoa que manifeste qualquer sintoma relacionado a algum transtorne ou síndrome, precisa buscar ajuda, sem subestimar a importância de realizar um tratamento”, enfatiza Michele.
Qualquer pessoa pode se submeter à Hipnose, porém, é necessário que procure um profissional qualificado, de preferência que também tenha experiência com desenvolvimento de pessoas pois ele terá o manejo da situação, caso você sofra um impacto ao se deparar com questões antes escondidas em seu inconsciente.
Para Camila Torres, voltar a dormir foi um grande alívio. “Consegui dormir a noite toda, e sem utilizar medicamentos, cheguei a sonhar”, comenta a paciente.