Com um relógio de parede nas mãos, o vereador Aldinei Potelecki (Republicanos) protagonizou um dos momentos mais marcantes da audiência pública realizada nesta terça-feira (21), em Brasília, que discutiu soluções para o histórico gargalo do Morro dos Cavalos, na BR-101, em Palhoça. Representando o Legislativo de Criciúma e na condição de relator da comissão especial da Câmara dedicada à construção do túnel, Potelecki foi o primeiro vereador do Sul catarinense a se manifestar na tribuna.

Em tom de indignação e urgência, ele utilizou o relógio como símbolo do tempo perdido pela região na espera por uma solução definitiva. “Fiz questão de trazer este relógio para lembrar que já passou da hora. O Sul catarinense não pode mais esperar. O único que parece estar em outra página é o Ministério dos Transportes", declarou o vereador, dirigindo-se à representante da pasta presente no encontro.

Durante sua fala, Potelecki destacou o impacto econômico e humano do impasse no trecho, que afeta diretamente o escoamento da produção e a mobilidade de quem depende da rodovia. “Apenas o setor cerâmico do Sul de Santa Catarina utiliza o trecho para o transporte de cerca de 800 contêineres por mês. Além disso, há o transporte de pacientes para tratamento em grandes centros e o risco diário enfrentado por milhares de motoristas”, reforçou.

O parlamentar encerrou sua manifestação pedindo uma resposta imediata do Governo Federal. “Falo aqui em nome dos 46 legislativos municipais e de mais de um milhão de catarinenses do Sul. Nós precisamos de uma solução já. Não há mais tempo a perder”.

Após a audiência, o vereador avaliou positivamente o encontro, destacando que todos os atores presentes demonstraram alinhamento quanto à necessidade da obra. “Foi uma audiência pública bastante produtiva, porque todos estão na mesma sintonia. E uma das informações mais importantes é que hoje já existe um projeto aprovado para a construção de dois túneis no Morro dos Cavalos, com licença ambiental vigente, concedida pelo Ibama em 2018 e devidamente prorrogada. Ou seja, se a CCR, a Arteris ou o próprio Dnit [Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes] quiserem iniciar a obra amanhã, podem começar”, afirmou.

Potelecki, no entanto, lamentou a postura do Ministério dos Transportes, que, segundo ele, demonstrou falta de definição sobre os próximos passos. “O que nos frustrou foi justamente isso: o Ministério ainda não sabe qual caminho deve tomar”, completou.