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Projetos geram polêmica na Câmara e prefeito esclarece

A sessão ordinária da Câmara de Vereadores de Maracajá nesta terça-feira (2), foi marcada pela quantidade de pessoas que compareceram para acompanhar a reunião. O local destinado aos visitantes ficou pequeno e muitas pessoas tiveram que assistir a sessão na parte externa da câmara.
A polêmica ficou por conta de dois projetos do executivo, uma sobre a compra de um imóvel as margens da BR-101, na Vila Beatriz, pelo valor de R$ 8,6 milhões, e outro sobre a compra de um terreno no bairro Encruzo do Barro Vermelho pelo valor aproximado de R$ 1 milhão, para ser construído um parque de eventos.
Em ralação ao primeiro, conforme o Projeto de Lei N° 0046/2025, a finalidade da desapropriação prevista nesta Lei destina-se para aquisição de um bem de uso institucional e/ou bem de uso especial e permitir que a Administração Pública execute suas atividades e preste serviços públicos à população.
Conforme o vereador Welliton Júnior de Farias, existem informações que a ideia seria transferir a prefeitura para este local. “É um projeto que depende de muitos recursos, além de mexer em algo histórico do município. Por isso entrei com pedido para que seja realizado uma audiência pública para esse assunto ser discutido com a população e esclarecido”, afirma Welliton.

O ex-prefeito Antônio Carlos de Oliveira - o Cacaio, opinou sobre o assunto. “Se caso essa for a intenção, minha opinião é contrária a mudança do local do Paço municipal por se tratar de um local que abriga a história do município, nossas raízes culturais, nosso orgulho maracajaense. Um local tranquilo e de fácil acesso com facilidade para sua ampliação e modernização com gastos infinitamente menores. A atual prefeitura foi construída durante a gestão de meu pai, Antenor Apolinário de Oliveira - o seu Nonô de 1977 a 1982”, frisa Cacaio.

O ex-prefeito Wagner da Rosa manifestou-se contrario a aquisição do imóvel. “A prefeitura avaliou o imóvel em R$ 8,6 milhões, mas acredito que temos outras prioridades no município. Outro ponto é que o patio existente da prefeitura atende qualquer obra necessária que queira realizar”, opinou Wagner.

Para o ex-prefeito Antenor Rocha, esta proposta tem dois viés. Uma seria o valor da obra e outra a estrutura que não foi projetada para este fim, e sim para lojas. “Além do valor de compra, teria que ter mais investimentos para adequar cada setor. Outro ponto seria que hoje a prefeitura possui espaço para ampliações. Eu sei que a prefeitura precisa de ampliações, mas com este valor daria para construir e investir bem menos no local que está, mesmo comprando os terrenos anexos aos da prefeitura, caso precise. Este lugar tem uma história muito bonita. Dos 13 prefeitos que passaram, incluindo o prefeito atual, somente os três primeiros: Lauro Scardueli que foi o primeiro nomeado, o meu pai Tomaz Pedro Rocha o primeiro eleito, em seguida Nivaldo José da Rosa, não usaram este local. Ali tem o suor de muitas pessoas que contribuíram com o desenvolvimento.

Os ex-prefeitos David Ramos e Lavino Alano da Silva, também se manifestaram contrários a mudança.

Prefeito Brambila: “Nunca falei em mudar a prefeitura”

Em entrevista a radio Araranguá nesta quinta-feira (3), o prefeito Anibal Brambila falou sobre os projetos encaminhados para o Legislativo.

Sobre o terreno para a construção de um parque de eventos, seu objetivo era construir um grande parque para abrigar todos os grande eventos em um local de fácil acesso e também ao mesmo tempo que não prejudique os moradores com barulhos, grande fluxo de carros e possa comportar um grande número de pessoas, inclusive com acesso para as pessoas de outras cidades. “Nossa intenção era comprar 5 hectares. O proprietário inicialmente se mostrou contrário a venda, mas depois apareceu no meu gabinete a esposa e o filho dele. Conversamos sobre o projeto, falamos sobre o pagamento, e estava tudo bem encaminhado, inclusive com dinheiro garantido. Estava tudo alinhado, e com isso eu acreditava que os quatro vereadores do PSD e mais um do MDB, teria a maioria. Pois este projeto não seria votar no Brambila, e sim para o município. Um dia eles vão entender que vão precisar disso”, falou o prefeito.

Conforme o prefeito Brambila, Maracajá precisa de um parque para comportar vários eventos como o encontro de carros rebaixados, encontro de motos, que estão sendo realizados no patio do seu posto de gasolina porque não tem outro local. “Alguns eventos geram algum tipo de barulho, e no Parque Ecológico ou outro local com muitos vizinhos, poderia prejudicar. Se o projeto não foi aprovado, não foi por falta de vontade do prefeito ou por falta de recursos, e sim por questões políticas. Se eu soubesse que os vereadores da base não aprovariam, e se a família não estivesse ido até a prefeitura para que eu pudesse esclarecer, eu não colocaria o projeto, sem dúvida nenhuma”, explicou o prefeito.
Brambila disse que tudo que se tenta fazer, não se consegue unanimidade, mas tudo é feito para o coletivo.

Em relação ao projeto que deu entrada sobre a compra de um imóvel às margens da BR 101, o prefeito falou que para o próximo ano vai precisar pagar aluguel de aproximadamente 14 salas. “Em nenhum momento eu falei que esse imóvel seria para mudar a prefeitura. Esse seria mais um imóvel do município, para ser usado principalmente para a educação, com salas especiais para deficientes, sala para formação de professores, mais salas de aula, de reforço escolar, sala para acomodar a Secretaria de Educação e sala para a defesa civil. Então seria um espaço para acomodar vários serviços. Está tudo novo e o pagamento seria em 30 vezes em um imóvel de 3,8 mil metros quadrados”, explica o prefeito.

Ainda conforme Brambila, o valor não está alto, pois inclusive o proprietário pagou impostos do imóvel avaliado em mais de R$ 11 milhões. “Se os vereadores votarem a favor ou não, é problema deles, mas fiquem cientes que deixarão de ter uma bela sala para deficientes, para formação de professores, enfim tudo em um só lugar. Mas em nenhum momento eu falei em levar a prefeitura para este local. Tanto que para isso teria que ter outra autorização dos vereadores. Estão fazendo política com algo que não existe”, relatou.

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